Médico baiano impedido de deixar Israel relata desespero durante bombardeios
Ícaro Barros estava em uma festa na madrugada em que os bombardeios a Israel iniciaram

Foto: Reprodução/Redes sociais
O médico baiano Ícaro Barros, que está impedido de deixar Israel devido aos riscos de viajar em meio ao conflito com o Irã, contou que tem vivido momentos de terror. Em entrevista ao g1, ele relatou que estava em uma festa quando os primeiros ataques começaram, na madrugada da última sexta-feira (13).
Ícaro contou que um alarme muito alto tocou nos celulares, alertando sobre o perigo. "Estava escrito ‘Extreme Alert’ e um texto em hebraico. Como meu hebraico não é muito bom, fui pedir ajuda para tentar entender o que estava escrito. Quando vi, mais de 500 pessoas estavam correndo para a rua, gritando, ligando para familiares, indo para os seus carros. Foi assustador", relatou.
O médico disse ainda que ficou desnorteado por um tempo, até receber uma ligação de um amigo avisando que iria resgatá-lo. Desde então, o baiano tem vivido em um imóvel em Tel Aviv que conta com um bunker para situações de bombardeio.
"Os dias têm sido muito atípicos. Geralmente aqui, por ser uma cidade de praia, existe um movimento muito grande, mas está tudo parado. Existe uma atmosfera de tensão, ruas vazias, cenas que víamos na pandemia, por exemplo. Todo mundo muito alerta, sempre com o celular na mão quando sai de casa para ir ao mercado", contou.
"Tudo é muito incerto aqui. Até para os israelenses, é uma situação nunca vista antes. Estou preocupado com meu trabalho, cumprir minha agenda de cirurgias e atender meus pacientes."
Ícaro possui visto temporário para a Jordânia e deve seguir para lá assim que Israel liberar os voos, mesmo trajeto feito pelos 27 prefeitos brasileiros que estavam em uma comitiva no país.
"Até o momento, não existe uma informação oficial sobre o retorno dos voos. Sabemos que o retorno da comitiva de políticos brasileiros foi totalmente custeado pelo governo de Israel, mas existe uma recomendação muito forte para não tentar ir até a Jordânia ou Egito de carro, ou ônibus, pois não é seguro e não há o que fazer num caso de bombardeio", pontuou.
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