Médico judeu relata entubação de paciente com tatuagens nazistas
Caso aconteceu na Califórnia, EUA

Foto: Reprodução/Twitter
O médico judeu Taylor Nichols, que trabalha na linha de frente do combate à Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, na Califórnia, relatou o momento em que precisou entubar um paciente com suásticas e outros símbolos nazistas tatuados pelo corpo. O jornal "The Washington Post" publicou o relato dele no último sábado (5). De acordo com o médico, o paciente chegou de ambulância ao hospital e apresentava falta de ar severa, um dos sintomas da forma grave da doença.
"Quando o colocamos na maca e tiramos sua camisa para colocar uma manta hospitalar, havia uma coisa em que todos nós reparamos: as tatuagens nazistas", relatou Nichols. Além dele, a equipe que atendeu o paciente era composta por uma enfermeira negra e um terapeuta respiratório de origem asiática. "A suástica aparecia fortemente em seu peito. Tatuagens da SS [organização nazista paramilitar que servia a Adolf Hitler] e outras insígnias nazistas corriam por seus braços", completou.
O médico relatou ainda que perguntou ao paciente , que não teve sua identidade revelada, se ele permitiria ser entubado e ele respondeu: "Não me deixe morrer, doutor". Com isso, Nichols disse que não viu mais o paciente depois do procedimento. No relato, o médico reconhece que se viu diante de um desafio profissional, mas que não era a primeira vez que tratava de pessoas ostentando símbolos nazistas.
"Todas as vezes em que eu me vejo nessa situação, eu me sinto um pouco balançado. E, em todas as vezes, eu sou capaz de controlar minhas emoções serena e rapidamente. Nós nos apoiamos para assegurar que poderemos dar a você nossos melhores cuidados. Nossas portas estarão sempre abertas, não importando quem você seja, para que você possa procurar tratamento quando precisar”, concluiu.