Médicos pedem processo ético contra Queiroga por demora em resolução sobre vacinação de crianças
Ministro também pode ser convocado por senadores para explicar apagão de dados da Covid-19

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Ex-presidentes do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo acionaram, nesta quinta-feira (06), o Conselho Federal de Medicina para solicitar a abertura de um processo ético-profissional contra o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por demora em definir as resoluções para vacinação de crianças.
Segundo os médicos no requerimento, as medidas apresentadas por Queiroga para adiar a resolução sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19, como a abertura de uma consulta pública e audiência são ‘inconsistentes’, visto que já havia aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“As crianças desta faixa etária recebem tal vacina desde início de novembro nos EUA e meados de novembro na Europa, tão logo as agências reguladoras destas localidades aprovaram seu uso. (…) Portanto, não se sustenta qualquer preocupação relevante com a segurança (conforme já assegurou a ANVISA, órgão competente para tanto) e demonstra desconsideração do profissional com o conhecimento existente”, afirmam os médicos.
O documento aponta que o ministro, que também é médico, teria agido contra o Código de Ética Médica e pede uma investigação sobre as posições de Queiroga. “Antes de ministro, o representado é médico, que, como todos nós, está submetido aos mesmos ditames éticos, que devem ser assumidos e confirmados em seu juramento médico.”
Além disso, 14 senadores apresentaram um requerimento de convocação na Comissão Representativa do Congresso para que o ministro esclareça sobre a demora da vacinação de crianças, além do apagão de dados sobre a pandemia e a falta de testes para detectar a doença. Assinaram o documento nomes como Omar Aziz, que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Randolfe Rodrigues, entre outros.