Médicos Sem Fronteiras acusam Grécia e UE de ignorar refugiados
Segundo a Organização, crianças são quem mais sofre com o descaso

Foto: MSF
A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) fez uma grave acusação, hoje, 06, de que as autoridades gregas e europeias estão ignorando os pedidos de socorro de mais de 20 mil refugiados que estão retidos nas ilhas do Mar Egeu, para evitar que outros se aventurem e consigam entrar nos países da
Tommaso Santo, coordenador-geral da Médico Sem fronteiras na Grécia, disse que “não é uma emergência nova”: a grave sobrelotação nos ‘hotspots’ (centros de registo) é uma crise impulsionada por políticas que prejudicam milhares de homens, mulheres e crianças todos os dias durante anos. Assistimos a isso no passado e continuamos vendo hoje”. Tommaso também comentou sobre a percepção equivocada das autoridades da UE
“As autoridades gregas e europeias confiam que essa falha vergonhosa do sistema de recepção será como uma forma de impedir que novos imigrantes cheguem à União Europeia”.
Katrin Brubakk, responsável pelas atividades de saúde mental da MSF destacou que a superlotação, a violência e a falta de segurança nos acampamentos estão afetando a saúde mental das crianças: “Há cada vez mais crianças que deixam de brincar, tem pesadelos, temem sair das suas tendas e começam a afastar-se da vida cotidiana. Algumas deixam completamente de falar”, alertou a médica. Segundo os Médicos Sem Fronteiras, em julho e agosto três crianças tentaram se suicidar e outras 17 cometeram algum tipo de automutilação. Das 73 crianças encaminhadas nesse período para as clínicas da MSF com problemas de saúde mental, dez delas eram menores de 6 anos.