Mercado imobiliário brasileiro apresenta queda de 42,5% no primeiro trimestre de 2022
Alta do aço causou resultado no setor

Foto: Agência Brasil
Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), divulgados nesta segunda-feira (23), mostram que o mercado imobiliário brasileiro apresentou queda de 42,5% no número de lançamentos no primeiro trimestre de 2022, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. Além disso, o número de lançamentos apresentou uma queda de 7,6% na oferta final de empreendimentos.
O levantamento, que colheu informações do mercado da indústria da construção em 196 cidades de todas as regiões do país, também mostrou queda nos três primeiros meses do ano no número de lançamentos de unidades do programa Casa Verde e Amarela, em relação ao último trimestre de 2021. As unidades foram reduzidas em 40,4% e a oferta final em 11,1%.
De acordo com a CBIC, os números são afetados pelo aumento dos preços e dos custos dos materiais da construção civil, pela falta de confiança para novos lançamentos dos empresários e incorporadoras e pela queda do poder aquisitivo das famílias. "O tempo todo falamos do efeito aumento de custo que impacta no preço de venda e isso está muito claro no Casa Verde e Amarela, que tem puxado nos últimos tempos a habitação de mercado", disse o presidente da CBIC José Carlos Martins durante coletiva para apresentação dos dados.
De acordo com Martins, o aço foi o material que mais impactou no aumento total do custo das obras. Ele citou o exemplo de construção de uma ponte, que teve alta nos custos do material utilizado de cerca de 73% no período de julho de 2020 a julho de 2021.
Programa habitacional
No primeiro trimestre de 2022 foram lançadas 22.334 unidades do Casa Verde e Amarela, o que representou 42% do total de empreendimentos lançados. Já para os demais padrões, foram 30.738 unidades, 58% do total. Foram vendidas, no período, 36.827 unidades do Casa Verde e Amarela (50%), e 37.096 unidades dos demais padrões, o que mostra a demanda por unidades do programa.
A CBIC defende alterações no programa em pontos como: o aumento no valor do subsídio dado; regulamentação de um fundo garantidor, para que os empresários possam voltar a aumentar o número de empreendimentos e melhorias de concessão de crédito. O comparativo das regiões nos lançamentos do Casa Verde e Amarela mostra o Norte com 85% de participação, o Nordeste com 51%, o Sudeste com 44%, o Sul com 32% e o Centro-oeste com 24%.