Mesmo oferecendo bolsas, faculdades particulares registram queda de 56% de inscrições no País

Diante da incerteza econômica na pandemia, faculdades particulares tem registrado queda do número de calouros e diversificam benefícios com intenção de manter veteranos e atrair novos alunos. Segundo calculado pela Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior, 350 mil pessoas entraram em instituições privadas do País no meio do ano, representando uma queda de 56% em relação ao mesmo período de 2019, com 800 mil calouros.

Bolsas de estudo, seguros educacionais, convênios com lojas de eletrônicos e chip de internet são ofertados aos universitários. Durante o período de quarentena, a maioria das graduações particulares saiu do ensino remoto, o que ocasionou a adaptação de alunos e professores. A redução no número de calouros pode ser explicada pelo desemprego e queda na renda.

Modalidades como parcelamento de mensalidades, também ganham força. Há dois meses, movida pela pandemia da covid-19, a empresa tecnológica Quero Educação lançou o programa que complementa metade dos boletos. Instituições como a Metodista aderiram à modalidade. O Quero Bolsa, site que considera descontos nas mensalidades, registrou aumento de 147% de vagas ofertadas, com descontos que alcançam 80%.

A pesquisa feita pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) com a Educa Insights, indica que mais da metade dos alunos ouvidos, de um total de 748, afirma que a faculdade ofertou condição diferente para a rematrícula, descontos nas mensalidades são a vantagem mais comum.

De acordo com estimativa do Semesp, 3,2 milhões de alunos podem deixar o ensino superior público e privado até o fim do ano, 10% a mais do que a evasão registrada em anos anteriores.

Na última sexta-feira (28), o MEC anunciou que abrirá a seleção para preencher 90 mil vagas remanescentes do ProUni e 50 mil do Fies. A iniciativa também deverá ajudar a trazer alívio ao caixa das faculdades.