Milton Ribeiro diz que jogou 'R$ 300 milhões na lata do lixo' no último Enem

Ministro se referiu aos gastos com impressão de provas e logística para distribuir as avaliações

[Milton Ribeiro diz que jogou 'R$ 300 milhões na lata do lixo' no último Enem ]

FOTO: Agência Senado

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta quinta-feira (16), durante audiência no Senado Federal, que "jogou dinheiro na lata do lixo" com os estudantes que faltaram à última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na ocasião, o ministro se referiu aos gastos com impressão de provas e logística para distribuir as avaliações. 

"No outro Enem, havíamos aberto a oportunidade para muitos alunos fazerem a inscrição gratuitamente. Eles fizeram e simplesmente não compareceram na prova. Dei a eles [na inscrição deste ano] a oportunidade de justificar. Nada, zero. Simplesmente não responderam", disse. "Peguei 300 milhões de reais quando comprei prova, contratei logística, impressão. Peguei R$ 300 milhões  do MEC e joguei na lata do lixo", completou.

Segundo Ribeiro, por causa da gratuidade obtida na edição passada da prova, muitos jovens faltaram. Neste ano, os alunos ausentes no último exame não conseguiram isenção na inscrição do Enem. Essa situação resultou em número de inscritos muito menor do que o verificado nos anos anteriores, puxado principalmente pela diminuição nas inscrições de alunos pobres e negros. 

O ministro disse que o objetivo de não conceder a gratuidade neste ano foi para "dar uma disciplina" aos jovens. "As pessoas têm de ter responsabilidade." "Meu objetivo nunca foi tolher. Estou querendo dar uma disciplina", disse Ribeiro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, por unanimidade, a reabertura das inscrições do Enem pelo Ministério da Educação (MEC) com isenção da taxa a quem faltou na edição passada. O ministro informou que mais 45 mil alunos já se inscreveram nessa nova rodada de inscrições da prova, principal porta de entrada para o ensino superior. Ainda na audiência, o ministro disse que não falta dinheiro para a educação. Mas, segundo ele, "falta gestão". A pasta, no entanto, foi a mais atingida pelo bloqueio de verbas realizado em abril pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 


Comentários