TSE avalia adoção de medidas inéditas para ampliar a transparência do processo eleitoral

Mudanças acontecem no momento em que as urnas eletrônicas estão sendo alvo de críticas

[TSE avalia adoção de medidas inéditas para ampliar a transparência do processo eleitoral]

FOTO: Agência Brasil

Com as eleições presidenciais se aproximando, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avalia a adoção de medidas inéditas com a intenção de ampliar a transparência do processo eleitoral. Com o objetivo de combater as notícias falsas, por exemplo, o  tribunal pretende divulgar no site, dados que, no momento, são fornecidos apenas sob demanda, como os arquivos que permitem a recontagem de votos e os que registram as atividades nos equipamentos de votação.

O TSE já havia antecipado a data da consulta aos códigos-fonte dos softwares usados nas eleições, ampliado o escopo e a duração dos testes públicos de segurança das urnas eletrônicas e, além disso, anunciado a criação de dois órgãos dedicados à transparência das eleições, que contam com integrantes da sociedade civil e de outros órgãos públicos. Agora, o tribunal também quer ampliar o número de urnas testadas no dia da eleição.

As mudanças vêm a público no momento em que as urnas eletrônicas, usadas desde 1996, estão sendo alvo de críticas relacionadas à segurança. O próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), não apoia o sistema eleitoral atual e pede a implementação do voto impresso.  

De acordo com o tribunal, o arquivo que viabiliza a recontagem dos votos um a um é o Registro Digital do Voto (RDV ), uma espécie de tabela no qual são registrados todos os votos dados em uma urna eletrônica. Nesta tabela, os votos são separados por cargo e ordenados de forma aleatória, para que o sigilo do eleitor seja mantido. 

Até o momento, o RDV só pode ser consultado mediante pedido do que o TSE chama de "entidades fiscalizadoras": partidos políticos, coligações, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ministério Público, Congresso Nacional, STF, CGU (Controladoria-Geral da União), Polícia Federal, Forças Armadas, Sociedade Brasileira de Computação e faculdades de tecnologia da informação credenciadas junto ao TSE, entre outras. Várias delas passaram a integrar a fiscalização depois que o tribunal ampliou, em 2019, o rol de entidades habilitadas para a função.

Agora, o plano do TSE é deixar os RDVs disponíveis para consulta no site do tribunal, como já é feito com o boletim de urna. O tribunal também pretende fazer o mesmo com os arquivos de log das urnas eletrônicas, que funcionam como um registro de tudo o que acontece no equipamento. Assim como o RDV, os arquivos de log hoje em dia só são divulgados a pedido das entidades fiscalizadoras.

As mudanças na forma de consulta dos RDVs e dos arquivos de log foram anunciadas pelo secretário de tecnologia da informação do TSE, Júlio Valente, em evento no Rio, no domingo (12). Pela primeira vez no estado do Rio, o teste de integridade das eleições foi transmitido ao vivo pelo YouTube. 

Com duração de mais de seis horas, o procedimento é uma das etapas de auditoria do processo eleitoral e tem como objetivo atestar, por meio de uma votação simulada, que os votos digitados na urna eletrônica são fielmente computados O resultado do teste foi anunciado pelo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, em entrevista coletiva na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro ( TRE-RJ). 
 


Comentários

Relacionadas

Veja Também

Fique Informado!!

Deixe seu email para receber as últimas notícia do dia!