Ministério da Saúde tem 9,8 milhões de testes parados por falta de insumos

Reagentes são necessários para realização de processo das amostras dos pacientes

[Ministério da Saúde tem 9,8 milhões de testes parados por falta de insumos]

FOTO: Reprodução

Quase seis meses após decretar o estado emergência pelo coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde ainda guarda em seus estoques 9,85 milhões de testes, de acordo com documentos internos da pasta, segundo informações do jornal Estadão. O número é quase o dobro das cerca de 5 milhões de unidades entregues até agora pelo governo federal aos Estados e municípios. 

O exame é do tipo PT-PCR, considerado “padrão-ouro” para diagnóstico da doença. O principal motivo para os testes ficarem parados nas prateleiras do ministério é a falta de insumos usados em laboratório para processar amostras de pacientes. Isso porque, de acordo com secretários de saúde locais, não adianta só enviar o exame, mas também é preciso distribuir reagentes específicos.

O governo federal comprou os lotes de exames, mas sem ter garantia de que haveria todos esses insumos, indispensáveis para usar os testes. Estes produtos não são entregues “com regularidade” pela pasta, afirma o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

O impacto da escassez

A escassez causa uma espécie de efeito cascata nos estados, que ficam com seus locais de armazenamento lotados com os testes recebidos à espera dos demais produtos. “No primeiro momento não tínhamos testes porque estavam escassos. A Fiocruz começou a produzir, além de laboratórios privados. Aí começou a faltar tubo, material de extração, depois de magnificação”, afirma o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) Gonzalo Vecina.

Dados apresentados na sexta-feira (24) pelo ministério mostram que o Brasil realizou 2,3 milhões de testes do tipo RT-PCR para o coronavírus, sendo 1,4 milhão na rede pública e 943 mil, na privada. No mesmo período, o Brasil fez outros 2,9 milhões de testes rápidos, que localizam anticorpos para a doença, mas não são indicados para diagnóstico.

Questionado pelo jornal, o Ministério da Saúde afirmou que teve dificuldades para encontrar todos os insumos no mercado internacional, mas que está estabilizando a distribuição de acordo com o recebimento das importações que chegam dos fornecedores.

A pasta não explicou se houve alerta dos técnicos durante o planejamento sobre o risco de os testes ficarem parados pela falta de insumos. Também não informou quantos reagentes usados na etapa de extração das amostras foram entregues.


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