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Ministério Público denuncia hacker que ameaçou influenciador e psicóloga em caso de adultização infantil

Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, preso em Pernambuco, poderá responder por associação criminosa e ameaça

Por Da Redação
Às

Ministério Público denuncia hacker que ameaçou influenciador e psicóloga em caso de adultização infantil

Foto: Reprodução/Polícia Civil e Reprodução/YouTube

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, hacker que ameaçou o influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, após a publicação de um vídeo sobre adultização e sexualização infantil na internet. A denúncia prevê que ele responda por associação criminosa e ameaça, e será analisada pelo magistrado responsável pelo caso, segundo informações do Metrópoles.

Segundo o promotor responsável, Cayo e um adolescente integravam um grupo que cometia crimes como ameaças a autoridades, estupros virtuais, incitação à automutilação e ao suicídio, além de disseminação de pornografia infantil. O acusado, preso em Pernambuco no dia 25 de agosto, também comercializava logins de sistemas restritos das polícias, do Poder Judiciário e da Saúde, fornecendo acesso ilegal a dados sensíveis.

O hacker foi denunciado pelo MPSP por conta das ameaças dirigidas a Felca e à psicóloga Ana Beatriz Chamat, que concedeu entrevista ao influenciador para tratar da exposição infantil nas redes sociais. Após a publicação do vídeo, Cayo e o adolescente passaram a ameaçar a profissional e familiares dela por e-mails e mensagens de WhatsApp.

De acordo com as autoridades, a dupla já estava sendo monitorada desde o segundo semestre do ano passado por crimes cibernéticos. Como também fomentava crimes sexuais, o grupo liderado por Cayo se sentiu incomodado com o vídeo de denúncia de Felca.

Em uma das ameaças, os criminosos escreveram: “Você vai morrer, sua vagabunda do caralho. Você mexeu em um ninho de abelhas, vamos matar você e sua família se o Felipe Bressanim Pereira [Felca] não apagar o vídeo”.

Na mesma mensagem, após citar o CPF da mãe da psicóloga, afirmaram que iriam “desferir múltiplos golpes de faca na traqueia” da mãe de Ana, além de “estuprá-la com um pedaço de ferro quente”. “Vou torcer seu pescoço e beber o seu sangue. Nos aguarde.”

O conteúdo produzido pelo youtuber resultou na prisão do influenciador Hytalo Santos, em 15 de agosto, por tráfico humano e exploração sexual infantil. O vídeo “adultização”, publicado em 6 de agosto, expõe a atuação de pedófilos nas redes sociais e critica a exposição excessiva de jovens e adolescentes na internet, destacando, entre outros casos, o de Hytalo Santos, que é alvo de investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB).

O psiquiatra Fábio Aurélio Leite, do Hospital Santa Lúcia Norte, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, explica que a adultização corresponde a qualquer processo em que “uma criança é levada a se engajar em tarefas, fazer atividades ou desempenhar papéis de figuras adultas, para os quais ela não está preparada, não tem maturidade, não tem estrutura e, principalmente, não tem consciência do que aquilo é ou representa”.

Leite ressalta que, nos casos denunciados por Felca, a adultização vem acompanhada da sexualização infantil, em que a criança é induzida a usar roupas ou comportamentos relacionados ao universo erótico. O médico destaca ainda que, geralmente, “as crianças não conseguem perceber que não deveriam estar naquele cenário”.

O psiquiatra reforça que a adultização não se restringe às redes sociais. “Envolve tudo que é precoce, como trabalho infantil, responsabilidades demais no ambiente doméstico que vão além da capacidade e da idade, a mediação de conflitos entre os pais ou outros adultos, além da exposição midiática”.

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