Mortes por resistência antimicrobiana podem subir em 10 milhões até 2050, alerta ONU
Problema está entre as 10 principais ameaças à saúde global

Foto: CDC/Alissa Eckert, James Archer
Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostra que mortes ligadas à resistência antimicrobiana podem chegar a 10 milhões por ano até 2050, alcançando o mesmo nível da taxa global de mortes por câncer em 2020. Dados do relatório “Preparando-se para superbactérias: fortalecendo a ação ambiental na resposta de saúde única à resistência antimicrobiana” apontam que as mortes associadas ao problema já chegaram a 4,95 milhões.
O representante do Pnuma no Brasil, Gustavo Mañez Gomes, explicou à ONU News por que motivo a resistência antimicrobiana está entre as 10 principais ameaças à saúde global. “A gente chama este tema de pandemia silenciosa. É uma das maiores preocupações das Nações Unidas. Se a gente não tomar ação imediata, o estudo calcula que podemos ter 10 milhões de mortes por ano até 2050 e até US$ 3,4 trilhões de perdas econômicas na economia mundial. É uma situação muito grave. Os governos e o setor privado têm que olhar ativamente para este problema”, afirmou.
Resistência antimicrobiana
O problema ocorre quando microrganismos como bactérias, vírus, parasitas ou fungos resistem a tratamentos que antes eram eficazes. Entre as condições para que os microrganismos desenvolvam resistência estão o aumento e uso impróprio de antimicrobianos e elementos como metais pesados e poluentes. O estudo enfatiza que sem antimicrobianos eficazes, a medicina moderna teria dificuldades para tratar até mesmo infecções leves entre humanos, animais e plantas.