MP pedirá condenação de 4 réus por tragédia na Boate Kiss
Incêndio deixou 242 mortos e 636 feridos em janeiro de 2013

Foto: Divulgação / Polícia Civil do RS
O Ministério Público do Rio Grande do Sul afirmou, nessa quarta-feira (17), que vai pedir a condenação e prisão dos quatro réus envolvidos na tragédia da Boate Kiss, que deixou 242 mortos e 636 feridos em janeiro de 2013. O início do julgamento de Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate, e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, integrantes da banda que tocava na noite da tragédia, está marcado para o dia 1º de dezembro no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
A promotora de Justiça Lúcia Helena Calegari afirma que, no momento, a expectativa é de que nenhum fato impeça o julgamento. "Que nenhuma manobra aconteça para que o julgamento não termine, para que não tenhamos de reviver de novo esse sofrimento. É uma ansiedade e um sofrer de novo de cada vítima e por cada pessoa que passou por tudo isso", disse.
"Minha preocupação é que o julgamento tenha início, meio e fim, que a gente comece e termine nos dias que forem necessários. Imagino que tenhamos 15 dias com um resultado que a sociedade espera: a condenação. Condenar é pouco, estamos falando de um processo que se arrasta no tempo, pessoas que passaram quatro meses presas. O MP está dizendo que vai pedir a prisão e a condenação dos quatro. Não se está falando em vingança, está se falando em justiça", afirmou a promotora.
Caso
Em 27 de janeiro de 2013, a boate Kiss pegou fogo após o vocalista da banda que se apresentava no local acender um artefato pirotécnico no interior do estabelecimento. Faíscas incendiaram a espuma que revestia a casa noturna para fazer o isolamento acústico. Com o incêndio, gases tóxicos foram liberados, motivando a maioria das mortes, segundo a perícia. A casa noturna não possuía saídas de emergência e extintores na validade.