MPF recomenda à ANS que assegure tratamento obrigatório de autismo a beneficiários de planos de saúde
Comunicado deve ressaltar que é ilegal qualquer limitação do número de sessões com especialistas

Foto: Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) enviou à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) recomendação para que o tratamento obrigatório de autismo para beneficiários de planos de saúde seja garantido. O documento dá o prazo de dez dias para que o órgão regulador providencie ampla divulgação e esclareça aos planos de saúde sobre a obrigatoriedade de arcar com número ilimitado de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos ou fisioterapeutas, conforme a indicação médica.
A recomendação diz ainda que o comunicado da ANS deve incluir as terapias aplicadas no ABA (Applied Behavior Analysis). Também conhecido como Análise do Comportamento Aplicada, o tratamento consiste no ensino intensivo das habilidades necessárias para que o indivíduo diagnosticado com autismo e outros transtornos globais do desenvolvimento se torne independente.
O MPF ressalta que a inaplicabilidade de limitações do número de sessões com profissionais especialistas no tratamento do autismo já foi regulamentada pela própria ANS, por meio da Resolução Normativa 469/2021 e do Comunicado no 92, ambos de julho do ano passado. Pontua, ainda, que o Código de Defesa do Consumidor garante o direito à informação clara, cristalina e adequada sobre os serviços contratados, sendo dever dos planos de saúde esclarecer os usuários sobre os tratamentos garantidos ao paciente autista.