"Não vou renunciar às minhas convicções", afirma presidente da CPI do Crime Organizado
Fabiano Contarato, eleito presidente da CPI, possui 27 anos de experiência como delegado de polícia e professor de direito penal

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o crime organizado no Brasil. No entanto, ele afirmou que não renunciará às suas convicções pessoais durante o comando dos trabalhos.
Em entrevista ao CNN 360º, Contarato ressaltou que a pauta da segurança pública não deve ser abordada como exclusiva de movimentos conservadores.
Contarato, que possui 27 anos de experiência como delegado de polícia e professor de direito penal, pontuou a necessidade de uma abordagem mais propositiva na área de segurança pública, em especial para casos envolvendo populações mais vulneráveis.
"Quando uma comunidade como o Complexo do Alemão ou da Penha sofre com a ausência do Estado, instala-se ali o medo e ela fica subjugada a toda sorte de tortura e constrangimento", disse o parlamentar.
O senador também enfatizou alguns exemplos da sua atuação independente, como quando liderava o PT no Senado e se posicionou contra o fim das saídas temporárias de presos e quando um projeto seu para o aumento do período de internação para adolescentes em conflito com a lei foi aprovado.
"Não é razoável que hoje, no Brasil, uma pessoa de 18 anos de idade incompleto pode praticar qualquer crime [...] e ficar no máximo três anos internado", ressaltou.
"É óbvio que eu não tenho um comportamento punitivista exacerbado. Luto pela efetivação de políticas públicas para que o jovem não seja cooptado nem pela milícia, nem por Comando Vermelho, nem pelo PCC, e isso se dá com iluminação pública, com pavimentação de ruas, com o retorno à pacificação social dessas comunidades", complementou.


