Nikolas Ferreira é condenado a pagar R$ 200 mil por chacota sobre pessoas trans

Parlamentar foi condenado a indenização por dano moral coletivo

Por Da Redação
Ás

Nikolas Ferreira é condenado a pagar R$ 200 mil por chacota sobre pessoas trans

Foto: Reprodução/Tv Câmara

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) foi condenado a pagar R$ 200 mil de indenização por dano moral coletivo, consequência da chacota sobre pessoas transsexuais que fez na Câmara dos Deputados. Na ocasião, o deputado, usando uma peruca, fez discurso transfóbico.

A decisão foi proferida pela juíza Priscila Faria da Silva, da 12ª Vara Cível de Brasília. De acordo com a justiça, as declarações do parlamentar foram além "dos limites do direito à livre manifestação do pensamento e constituem verdadeiro discurso de ódio".

O deputado disse que vai recorrer da decisão. Por meio de uma rede social, ele afirmou que a Constituição Federal garante imunidade parlamentar para opiniões e votos.

A magistrada analisou uma ação apresentada pela Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas. As organizações ingressaram com um processo contra o parlamentar pelo que consideraram um discurso de "maneira irônica e ofensiva aos transgêneros, fantasiando-se com uma peruca amarela e apresentando-se como 'Deputada Nikole'".

Para o grupo, a manifestação configurou o "crime de transfobia, além de discurso de ódio e incitação à violência contra a população LGBTI+".

"A conclusão a que se chega é a de que os dizeres proferidos pelo réu no púlpito da tribuna da Câmara dos Deputados na data de 08/03/2023 desbordam dos limites do direito à livre manifestação do pensamento e constituem verdadeiro discurso de ódio, na medida em que descredibilizam a identidade de gênero assumida pela população transsexual e insuflam a sociedade a fazer o mesmo", afirmou a juíza.

Defesa alega imunidade parlamentar

Ao longo do processo, a defesa do deputado afirmou que a manifestação do deputado estava dentro da imunidade parlamentar, a prerrogativa de congressistas de não serem responsabilizados por opiniões, palavras e votos. A defesa sustenta que as declarações respeitaram o direito à liberdade de expressão.
 

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