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O que se sabe sobre organização apoiada por Trump que iniciou plano de ajuda na Faixa de Gaza

A Fundação Humanitária de Gaza diz trabalhar com empresas americanas de segurança e logística para transportar ajuda ao território palestino

Por FolhaPress
Ás

O que se sabe sobre organização apoiada por Trump que iniciou plano de ajuda na Faixa de Gaza

Foto: Gage Skidmore/Wikimedia

Uma organização chamada Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelo governo de Donald Trump, começou a atuar nesta segunda-feira (26) no território palestino com um plano de ajuda controverso.

O chefe de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas, Tom Fletcher, descreveu a fundação como uma espécie de disfarce "para mais violência e deslocamento" de palestinos em Gaza. Israel, por sua vez, comprometeu-se a facilitar a iniciativa sem se envolver com as entregas dos suprimentos.

Segundo o site Fundraiso, plataforma que lista fundações que buscam subsídios, a Fundação Humanitária de Gaza, que não tem site próprio, foi criada em fevereiro. De acordo com um documento obtido pelo site de notícias israelense Ynetnews, a organização conta, em seu conselho administrativo, com nomes como Raisa Sheynberg, vice-presidente de relações governamentais da MasterCard, e Jonathan Foster, fundador e diretor-executivo do banco de investimento e consultoria financeira Current Capital Partners LLC, além de Nate Mook, ativista pró-Ucrânia e CEO da World Central Kitchen (WCK), organização que fornece refeições em áreas de conflito e em situações de crises humanitárias e climáticas.

A Fundação Humanitária de Gaza diz trabalhar com empresas americanas de segurança e logística para transportar ajuda ao território palestino. Em comunicado, a fundação afirma ter garantido acordos com autoridades israelenses para que as atividades aconteçam.

Esses acordos incluem a permissão para que a ajuda flua a Gaza enquanto a fundação estabelece locais de distribuição dos suprimentos; permissão para que a fundação se estabeleça em diferentes locais no território; além da criação de arranjos alternativos para quem não consegue chegar à sua equipe.

As informações contrastam com críticas de grupos humanitários e da ONU, que se recusaram a participar de um esquema que pode desrespeitar o direito internacional, segundo afirmou na semana passada o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A fundação, registrada na Suíça, depende de quatro grandes centros de distribuição no sul de Gaza — número insuficiente para alcançar os mais de 2 milhões de pessoas em risco de fome no território palestino, de acordo com críticos. Segundo funcionários humanitários, esses centros determinariam se as famílias atendidas têm envolvimento com o Hamas por meio de tecnologia de reconhecimento facial.

A prática contraria resoluções da Assembleia-Geral da ONU segundo as quais a ajuda deve se guiar apenas pela necessidade das pessoas afetadas, sem qualquer distinção religiosa, política ou ideológica.

Além disso, os grupos afirmam que o novo sistema compromete o princípio de que a ajuda deve ser supervisionada por uma parte neutra. Israel, por sua vez, diz que não estará envolvido na distribuição da ajuda, embora tenha endossado o plano e afirmado que vai fornecer segurança.

A ONU disse neste mês que não participará de uma operação humanitária apoiada pelos EUA em Gaza porque ela não seria imparcial, neutra ou independente. "Este plano de distribuição específico não está de acordo com nossos princípios básicos, incluindo os de imparcialidade, neutralidade, independência. Não participaremos disso", disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem manifestado desejo de assumir o controle da Faixa de Gaza. No último dia 15, numa mesa-redonda com empresários no Qatar, ele disse que Washington "transformaria aquilo em uma zona de liberdade" e que "não há mais nada a ser salvo" no território palestino. O americano já afirmou também que quer transformar Gaza na "Riviera do Oriente Médio".

Em carta ao governo israelense, o ex-diretor executivo da Fundação Humanitária de Gaza, Jake Wood, havia solicitado que Israel facilitasse o fluxo de ajuda humanitária para Gaza, utilizando as modalidades existentes, até que a organização esteja totalmente operacional.

Wood, no entanto, renunciou ao cargo no domingo (25) com o argumento de que a organização não conseguiria aderir aos "princípios humanitários de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência". John Acree foi nomeado diretor executivo interino da fundação.

A despeito das inúmeras críticas, a fundação informou ter iniciado as entregas nesta segunda (26) com o objetivo de alcançar um milhão de palestinos até o fim da semana. "Planejamos expandir rapidamente para atender toda a população nas próximas semanas", afirmou a entidade em comunicado.

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