O tigre de Papel e a consolidação do Brasil como potência mundial

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O tigre de Papel e a consolidação do Brasil como potência mundial

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Quando, em janeiro deste ano, o líder da extrema-direita Donald Trump tomou posse como 47º presidente eleito dos Estados Unidos da América, o mundo mergulhou em uma tensão que se espalhou tanto entre países inimigos quanto entre países aliados dos norte-americanos. Isso porque, desde o primeiro dia, suas palavras foram marcadas por ameaças e arrogância.
Vivemos, inegavelmente, um período de intensas transformações políticas, sociais e econômicas no cenário internacional. Decisões tomadas por Trump, especialmente a que ficou conhecida como “Tarifaço”, reverberam em escala global, afetando economias inteiras e impactando também a própria economia americana.
Apesar da postura imperial de Trump, os Estados Unidos já vêm, há algum tempo, experimentando o desprestígio de sua imagem de potência mundial imbatível, enquanto sua economia interna enfrenta fragilidades crescentes.
O “gigante do norte” tem demonstrado vulnerabilidade, e as atitudes do novo presidente vêm agravando o desequilíbrio interno da democracia americana. Ao mesmo tempo, a hegemonia dos Estados Unidos revela sinais claros de decadência: crises institucionais, polarização política extrema, violência interna e perda progressiva de influência no cenário internacional. Cada vez mais, a imagem dos EUA como superpotência inabalável dá lugar à reafirmação da metáfora de que, apesar da aparência ameaçadora, trata-se de um verdadeiro “tigre de papel”.
O mais grave é que, em alguns casos, a justificativa do “Tarifaço” vem acompanhada da acusação de que o país atingido pratica atos antidemocráticos, a exemplo do Brasil, no qual Trump pretende interferir na política interna e até mesmo nas ações da Justiça.
Enquanto isso, no Brasil, após anos de instabilidade, ataques às instituições e tentativas de ruptura democrática, a sociedade assiste a um processo de reconstrução da democracia. O julgamento de Jair Bolsonaro representa não apenas a responsabilização de um ex-presidente, mas também a reafirmação de um princípio essencial: ninguém está acima da lei. Pela primeira vez na história republicana, civis e militares envolvidos em uma conspiração golpista enfrentam a Justiça de maneira concreta, incluindo generais de alta patente que já se encontram presos preventivamente. Esse marco sinaliza um avanço inédito na defesa do Estado Democrático de Direito e na garantia de que práticas autoritárias não voltem a ameaçar a nação.
Nesse contexto, Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) assumem um papel central. Em seu terceiro mandato, Lula não representa apenas a continuidade de um projeto político, mas a retomada de uma visão de país voltada à inclusão social, à soberania nacional e ao fortalecimento das instituições democráticas. Sua trajetória, oriunda das lutas sindicais e da militância de base, confere legitimidade ao discurso de reconstrução e de busca por um Brasil mais justo e menos desigual. Paralelamente, o PT enfrenta o desafio de dialogar com múltiplos setores da sociedade, mantendo a democracia como eixo estruturante e consolidando políticas de desenvolvimento sustentável, integração regional e protagonismo internacional.
O momento histórico que atravessamos exige vigilância permanente, participação popular ativa e responsabilidade política. O Brasil, diante da fragilidade de antigas potências e da reorganização da ordem mundial, encontra uma oportunidade única de afirmar-se como exemplo de resistência democrática, motor de desenvolvimento econômico e social, e liderança comprometida com a justiça e a igualdade.
Ao implementar políticas de redução da desigualdade, fortalecimento das instituições e integração com o Sul Global, o país se posiciona não apenas como uma potência emergente, mas como um protagonista capaz de contribuir para uma nova ordem mundial mais equilibrada, justa e multipolar.

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