Obesidade: saiba quais as principais consequências da doença em crianças
Até 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos foram diagnosticadas com obesidade

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A obesidade é uma doença causada por diversos fatores, e pode acometer pessoas de diversas idades, dentre elas as crianças. Até 2022, o Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional já acompanhava mais de 340 mil menores de 5 a 10 anos com diagnóstico de obesidade. Para conscientizar a respeito da doença, o dia 11 de outubro foi instituído como o Dia Mundial da Obesidade e Dia Nacional de Prevenção da Obesidade.
A doença se tornou uma preocupação de saúde pública crescente e de acordo com o Atlas da Obesidade de 2022, publicado pela World Obesity Federation, cerca de 23,12 crianças entre 5 e 9 anos e 18,60% dos adolescentes de 10 a 19 anos, seriam afetados pela obesidade até 2030, totalizando 44 milhões de diagnósticos em todas as Américas. A estimativa brasileira é de 7,7 milhões de crianças obesas até 2030.
A endocrinologista e pediatra Dra. Lorena Lima Amato, explicou que a obesidade infantil surge por causas multifatoriais, e por este motivo não é um problema de fácil resolução. “Nutrição baseada em alimentos processados e pobres em nutrientes, é um dos principais fatores. O sedentarismo, em grande parte devido ao tempo excessivo gasto em frente às telas de dispositivos eletrônicos, também desempenha um papel significativo. Além disso, questões sociais, econômicas e culturais completam o pacote para os riscos da obesidade infantil.”, explica.
De acordo com a especialista, as consequências da obesidade infantil não são visíveis apenas em problemas de saúde física, mas também no desenvolvimento de problemas psicológicos como depressão e ansiedade, isolamento social e baixa autoestima. “As crianças com obesidade são mais propensas a desenvolver hipertensão e distúrbios metabólicos. Muitas vezes, a obesidade infantil é levada até a idade adulta, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.”, relata Dra. Lorena.
Amato traz algumas dicas que podem ajudar no controle alimentar de crianças e adolescentes e consequentemente prevenir a obesidade. “Estabelecer horários fixos para refeições, evitar ingerir água por pelo menos 30 minutos antes das refeições para não inibir a vontade de comer.”, lista.
A especialista aponta ainda que outra estratégia é não comer doces e salgadinhos direto do pacote. “Coloque em um pote uma quantidade determinada para não ter exagero. Deixar frutas ao alcance das crianças também é uma ótima dica para incentivar a alimentação saudável.”, complementa.
Hábito familiar
Mãe de dois filhos, Vânia da Silva, 37 anos, afirma que Caio e André da Silva, de 9 e 12 anos respectivamente, não bebem refrigerantes e têm pouco contato com doces. "Nunca ofereci açúcar às crianças, só mesmo o doce natural de frutas, mel e afins. Eles não bebem refrigerantes, não comem salgadinhos, e nas festas de aniversários sempre fiz todas as comidas adaptadas, usando ingredientes naturais. As crianças convidadas sempre adoraram e nem percebem a diferença. Alguns pais me pedem a receita para reproduzir em casa.", conta.
Vânia acredita que estabelecer uma boa alimentação desde cedo nas crianças pode ajudar a evitar problemas graves de saúde. "Essa não foi uma orientação médica, mas desde que engravidei tive a ideia de criar os meus filhos o mais longe possível de coisas que fazem mal à saúde. Caio já foi a uma festinha cheia de brigadeiros e frituras, e me contou que experimentou mas não achou tão gostoso quanto as comidas que eu fazia. Já André, que está maior, me pediu para comprar um salgadinho no mercado e eu comprei. Ele achou o gosto estranho, e expliquei pra ele que era porque desde pequeno ele se adaptou a outro paladar, e não tem problema se outra criança gostar.’’, relata.
Quando o assunto é obesidade, Vânia explicou que para além da alimentação, incentiva as crianças a se movimentarem sempre. Ambos os filhos praticam esportes. “Caio faz aula de natação duas vezes por semana e André se reveza entre o vôlei e o futebol. Eu deixo eles na frente das telas em horários bem específicos do dia, depois das tarefas da escola. Eu sempre falo pra eles que eles são crianças e precisam brincar e se movimentar, aproveitar essa fase que passa tão rápido.” concluiu.