Ociosidade é risco para a indústria, diz presidente da Anfavea

Em entrevista, executivo fala dos desafios impostos pela pandemia

Após uma queda vertiginosa no setor automotivo devido à crise do coronavírus, os dados de maio refletem o momento de fábricas e concessionárias fechadas em todo o país. Em maio foram vendidos 56.705 veículos leves; 44.137 automóveis e 12.568 comerciais leves. Entre janeiro e maio, foram licenciados 642.453 veículos leves. A queda do mercado levou a associação a revisar a previsão de perdas para 40% neste ano.

O presidente da Anfavea Luiz Carlos Moraes reuniu jornalistas especializados do setor em uma entrevista virtual para comentar sobre o momento vivido pela indústria. O Farol da Bahia esteve presente nesta reunião virtual para ouvir do executivo análises e projeções. Antes da pandemia a expectativa de crescimento era de 9% para 2020 mas agora a entidade acredita que o recuo será de 40% na demanda este ano. 

Considerando algumas premissas, como dólar alto, queda na confiança, vemos tudo com muita preocupação em termos de sobrevivência da indústria, da garantia de emprego e se confirmarmos esse número [de queda de 40%] a retomada será muito lenta, algo que levará de três a quatro anos", disse Moraes.

Com 1,2 milhão de empregados no setor o risco de se manter um patamar baixo de vendas é o desemprego. “Cada montadora definiu uma estratégia e o retorno às atividades foi feito em base desse mecanismo. Estoque e flexibilidade da MP 936 são alguns desses elementos. Cada fábrica é um caso e tem sindicatos diferentes. De maneira geral a garantia de emprego de emprego iria até outubro novembro mas não podemos trabalhar com esta ociosidade", alertou. 

Moraes trouxe números que destacam a queda vertiginosa nas vendas de veículos. No segmento de novos o patamar de 50 mil é 80% menor que os tempos pré pandemia. Já no segmento dos usados cerca de 200 mil veículos transacionados também é menos da metade do comum. “Estavamos emplacando 11 a 12 mil carros novos por dia, só para dar uma dimensão dos números prévios da pademia. Agora vamos ver como será a retomada com a economia muito mais fraca”, concluiu.


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