ONU aprova resolução que apoia governo palestino sem o Hamas

Decisão amplia pressão internacional por solução de dois Estados e isola Israel e EUA

Por Da Redação
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ONU aprova resolução que apoia governo palestino sem o Hamas

Foto: RICARDO STUCKERT/PR

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira (12) uma resolução que defende a criação de um Estado palestino livre do controle do Hamas. O texto recebeu apoio de 142 países, contra dez votos contrários e 12 abstenções, em um movimento que amplia o isolamento de Israel e dos Estados Unidos na rejeição à solução de dois Estados.

O documento determina que, com o fim da guerra em Gaza, “o Hamas deve cessar de exercer sua autoridade sobre a Faixa de Gaza e entregar suas armas à Autoridade Palestina, com o apoio e a cooperação da comunidade internacional, de acordo com o objetivo de um Estado soberano e independente da Palestina”.

A proposta endossa a chamada Declaração de Nova York, elaborada por Arábia Saudita e França, que será discutida em nível de chefes de Estado ainda neste mês. Entre os países que se posicionaram contra estão Israel, EUA, Hungria e Argentina.

O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, criticou duramente a decisão: “Isso não é diplomacia, é teatro, uma encenação cuidadosamente encenada para as manchetes, e não paz”.

O texto também condena os ataques de 7 de outubro, quando militantes do Hamas mataram 1.200 pessoas e sequestraram outras 251, e exige a libertação imediata dos reféns. Estimativas apontam que apenas 20 dos 57 sequestrados ainda estariam vivos.

Além disso, prevê a criação de uma “missão temporária de estabilização internacional”, com mandato do Conselho de Segurança da ONU, para apoiar a Autoridade Palestina e garantir segurança tanto aos palestinos quanto a Israel.

A votação ocorre em meio à aprovação, pelo premiê israelense Benjamin Netanyahu, de um plano de expansão de assentamentos na Cisjordânia. Durante visita ao assentamento de Maale Adumim, Netanyahu afirmou que “nunca haverá um Estado palestino” e reforçou que “este lugar é nosso”.

A retomada do chamado projeto E1, paralisado desde 2020, prevê obras estimadas em US$ 1 bilhão, com a construção de milhares de moradias, estradas e novas infraestruturas. Críticos alertam que a medida pode inviabilizar a criação de um Estado palestino e dividir a Cisjordânia, isolando Jerusalém Oriental.

A iniciativa foi apoiada por setores ultranacionalistas do governo israelense e condenada por parte da comunidade internacional. União Europeia, EUA e grupos de direitos humanos reiteram que os assentamentos são ilegais pelo direito internacional e um entrave para a paz.

Com informações da CNN*

 

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