ONU: mais de 3 mil migrantes morreram no mar em 2021 a caminho da Europa
Travessias marítimas são realizadas em botes infláveis superlotados, sob péssimo estado de conservação

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Em tentativa de chegar ao continente europeu, mais de 3.000 migrantes morreram no mar em 2021, o dobro do número registrado no ano anterior. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas (ONU).
"Do total, 1.924 pessoas foram declaradas mortas ou desaparecidas nas rotas do Mediterrâneo central e ocidental, enquanto outras 1.153 morreram ou desapareceram na rota marítima do noroeste da África para as ilhas Canárias", declarou Shabia Mantoo, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Em 2020, 1.544 mortes foram registradas nas duas rotas. "É alarmante que, desde o início do ano, outras 478 pessoas morreram ou desapareceram no mar", disse Mantoo.
Segundo o ACNUR, a pandemia de covid-19 e o fechamento das fronteiras gerou grande impacto sobre os fluxos migratórios. Com isso, refugiados e migrantes recorreram a traficantes para tentar chegar a Europa.
As travessias marítimas, em sua maioria, são feitas a bordo de botes infláveis superlotados e em péssimo estado de conservação. Diante desses problemas, muitas embarcações desinflam ou viram, o que provoca a morte dos passageiros.
"A viagem no mar a partir dos Estados costeiros do oeste da África, como Senegal e Mauritânia, para as ilhas Canárias é longa e perigosa, e pode durar até 10 dias", destacou a porta-voz do ACNUR em Genebra. "Muitas embarcações ficaram à deriva ou desapareceram sem deixar rastros", acrescentou.