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Operação no Rio prendeu só 4 dos 51 alvos com mandados de prisão; ação foi a mais letal da história

Outros dois denunciados já estavam no sistema prisional e tiveram seus mandados cumpridos na própria prisão

Por FolhaPress
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Operação no Rio prendeu só 4 dos 51 alvos com mandados de prisão; ação foi a mais letal da história

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

BRUNA FANTTI

Da relação dos 51 réus com mandados de prisão que deflagrou a Operação Contenção, e que terminou com 122 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, apenas 4 foram efetivamente capturados. Outros dois denunciados já estavam no sistema prisional e tiveram seus mandados cumpridos na própria prisão. Os demais não foram localizados.

O governo do Rio, ao enviar informações ao STF (Supremo Tribunal Federal) na última segunda (17), não detalha esse dado e afirma que, no decorrer da operação, 17 pessoas com mandados de prisão expedidos foram detidas.

Ao responder à requisição do ministro Alexandre de Moraes sobre a presença de alvos de mandados de prisão na área da operação, a gestão Cláudio Castro (PL) enviou os endereços de 38 réus que residiriam na Penha, entre eles os dois que já estavam presos. A lista foi intitulada "mandados de prisão expedidos em desfavor de indivíduos que residem ou podem ser encontrados no Complexo da Penha/Alemão".

Nela constam os nomes e endereços de André Felipe Mendes da Silva e Walmir Oliveira Santos, listados entre os 51 alvos e que já estavam presos por tráfico, segundo o Tribunal de Justiça.
Entre os presos na operação, há ao menos três detenções antes do início da incursão do dia 28 de outubro, que começou às 5h.

Três homens foram presos duas horas antes do início da ação, quando tentavam fugir da operação após tomarem conhecimento de que ela ocorreria.

Segundo o registro de ocorrência, eles foram presos por um policial civil e PMs que passavam pelo local e viram um grupo armado atravessando uma passarela em motocicletas. Segundo os agentes, houve troca de tiros.

Dois homens ficaram feridos e foram presos. Um terceiro suspeito foi detido e o restante conseguiu fugir. 

Como a Folha noticiou, em outro confronto, quatro horas antes da operação, dois homens que se identificaram como líderes do Comando Vermelho foram mortos. Segundo o boletim de ocorrência, eles disseram aos policiais, antes de morrer, que tentavam fugir após receberem uma "informação vazada" de que a operação ocorreria. Os nomes deles foram incluídos na listagem oficial de mortos na operação, apesar de o secretário de Segurança, Victor Santos, afirmar em coletiva que essas mortes não ocorreram.

Procurado, o governo afirmou que "todas as informações pertinentes foram passadas ao STF e correm sob sigilo". No entanto, com exceção dos laudos de necrópsia e das imagens de câmeras, as demais informações estão públicas.

MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO: 34 DE 145 CUMPRIDOS
Já dos 145 mandados de busca e apreensão, o Tribunal de Justiça informou que 34 foram cumpridos e que apenas 7 resultaram em apreensões. A polícia declarou ao Judiciário que "os objetivos restaram prejudicados", alegando instabilidade do terreno, ataques simultâneos a equipes e mortes e ferimentos de agentes.

"Diversas equipes precisaram deixar a comunidade em razão de prisões em flagrante e apreensões diversas, o que ensejou mudança de planejamento para assegurar a integridade das equipes que permaneceram no teatro de operações", diz a justificativa dos investigadores.

Em entrevista à Folha, o secretário de Segurança do Rio disse que o objetivo da operação não era prender líderes do Comando Vermelho, mas cumprir mandados de busca e de prisão para mapear e asfixiar a organização criminosa.

23% DOS POLICIAIS UTILIZAVAM CÂMERAS CORPORAIS
O governo informou ao STF que 569 câmeras corporais, sendo 62 da Polícia Civil e 507 da PM, foram usadas na megaoperação. O número representa 23% dos 2.500 policiais mobilizados.

Segundo o governo, falhas técnicas impediram o uso de câmeras por parte do efetivo total. Mesmo assim, a ausência de equipamentos já havia sido apontada no planejamento: a Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) dispõe de 100 câmeras, mas mobilizou 128 agentes no dia. O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), por sua vez, disse que separou 77 dos 215 policiais envolvidos na operação usaram câmeras corporais. 

O controle externo das polícias é de responsabilidade da Promotoria estadual que apura eventuais falhas e abusos cometidos na operação.

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