Oposição comemora sanção dos EUA contra Alexandre de Moraes

Parlamentares da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebraram, nesta quarta-feira (30), a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, norma norte-americana que prevê punições a indivíduos acusados de envolvimento em corrupção ou violações graves de direitos humanos.

O anúncio foi feito pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que justificou a medida alegando que Moraes “assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”.

Entre os principais nomes a se manifestar, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, agradeceu ao ex-presidente Donald Trump e ao secretário de Estado, Marco Rubio. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Eduardo afirmou que a sanção é resultado de articulações feitas desde sua mudança para os Estados Unidos.

“Quero agradecer ao presidente Donald Trump, ao secretário Marco Rubio e a todas as autoridades que se envolveram diretamente nessa decisão, reconhecendo e tendo sensibilidade para entender as diversas violações de direitos humanos em curso no Brasil”, declarou.

Ainda segundo o parlamentar, uma de suas metas ao se estabelecer nos EUA era justamente buscar a responsabilização internacional do ministro Alexandre de Moraes.

Renan Bolsonaro (PL-SC), vereador de Balneário Camboriú e também filho do ex-presidente, considerou a sanção um “marco histórico”. "Abusos de autoridade agora têm repercussões globais”.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que os EUA fizeram o que o Senado brasileiro "não teve coragem" de fazer. “O Senado foi omisso. Fingiu que não viu. Mas ele não parou. Atacou também os direitos humanos de cidadãos americanos, feriu a liberdade de expressão além das nossas fronteiras. Quando o mundo reage ao que o Brasil tolerou, é porque a democracia aqui já foi longe demais na direção errada”, afirmou.

Por meio de nota, o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), defendeu que a aplicação da Lei Magnitsky não deve ser vista como motivo de comemoração, mas como sinal de alerta.

“Ver um membro da Suprema Corte sendo alvo de sanções internacionais é algo que mancha a imagem do país e evidencia a necessidade urgente de que nossas próprias autoridades façam uma profunda reflexão”, destacou.

Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ) disse que está no aguardo da revelação dos bens bloqueados do ministro no exterior. “Quero ver a lista dos bens bloqueados que o Ditador tem fora do Brasil. Isso será um escândalo e um raio X do que é o STF”, publicou no X. Moraes teria dito a interlocutores nesta quarta que a lei não irá "mudar nada" para ele, uma vez que não possui investimentos ou bens nos Estados Unidos.