Para sanar dívidas, Petrobrás pretende se desfazer de refinarias

Decisão enfrenta resistência no Congresso e pode ser travada pelo Supremo

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FOTO: Reprodução

A Petrobrás, maior estatal brasileira, está encolhendo a cada dia por conta do agressivo plano de desinvestimentos em curso desde 2016. Para resolver o alto endividamento, provocado por anos de corrupção, a petroleira decidiu focar o negócio em exploração e produção de petróleo em águas profundas, atividade que gera mais retorno. Desde 2017, vendeu ativos e participações da ordem de US$ 16,3 bilhões, dos quais US$ 14,7 bilhões já entraram em caixa. 

A companhia pretende se desfazer de refinarias, campos terrestres e de águas rasas, distribuidoras, termelétricas e de milhares de funcionários, com o mais recente Plano de Demissão Voluntária (PDV). O objetivo é focar no pré-sal e nas refinarias localizadas próximas aos campos da grande reserva.

Ao concluir o plano de desinvestimentos, a empresa pretende chegar a um endividamento de US$ 60 bilhões, em linha com o das maiores petroleiras do mundo. Em 2018, a dívida da brasileira era de US$ 106 bilhões. Hoje, está em US$ 87 bilhões.

“Isso significa que, quando vamos ao mercado pegar dinheiro, temos de pagar 2,5 mais do que as outras empresas do setor”, explica o diretor Institucional da Petrobras, Roberto Ardenghy.

A empresa enfrenta questões políticas. As mesas diretoras da Câmara e do Senado entraram com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar a venda de oito refinarias sem autorização do Legislativo. Sindicalistas e funcionários criticam os planos de desligamentos e a venda de ativos, sob alegação de que a diretoria está provocando o “desmonte” da estatal.

A Petrobras é responsável por um total de 133,3 mil empregos. Em maio, deste total, 45.556 eram empregados próprios e 10.534, de empresas do sistema; além de 87.788 prestadores de serviços da Petrobras e de 2.853, de empresas do sistema. Segundo a petroleira, “a meta é chegar a 30 mil empregados próprios a partir da saída de 10 mil trabalhadores pelo PDV e de outros pela venda dos ativos, pois há um PDV específico para esse público no fechamento da operação”.

O PDV 2019 foi o primeiro a encerrar o ciclo de inscrições dos empregados no dia 30 de junho deste ano. “O resultado foi extremamente positivo, com 94% de adesão. Dos 10.053 empregados elegíveis, tivemos 9.405 inscritos. Consolidando os demais programas, atingimos 10.082 inscrições, o que representa 22% do atual quadro de empregados”, diz o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. 

A estatal estima uma redução de custo de pessoal até 2025 em torno de R$ 4 bilhões por ano, com a saída dos 10.082 inscritos nos programas.
 


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