Partido islâmico sofre derrota em eleições no Marrocos
PJD perdeu cadeiras no Parlamento nacional e nas votações municipais e regionais

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Os resultados completos das votações municipais e regionais publicados nesta sexta-feira (10), mostraram que o partido islâmico que está no poder há dez anos, sofreu uma derrota histórica nas eleições legislativas do Marrocos. A confirmação saiu dois dias depois de os cerca de 18 milhões de eleitores do país terem comparecido às urnas para escolher ao mesmo tempo, pela primeira vez, seus 395 deputados e também seus representantes locais.
Segundo os resultados do Ministério do Interior após a contagem de todas as cédulas, em nível nacional, o Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD, islâmico moderado), registrou um fracasso inesperado ao obter apenas 13 assentos em comparação aos 125 que havia conquistado nas eleições anteriores.
O PJD ficou muito atrás de seus principais rivais: o Grupo Nacional dos Independentes (RNI) e o Partido da Autenticidade e Modernidade (PAM), ambos liberais e considerados próximos ao palácio real, e o partido de centro-direita Istiqlal, que conquistaram, respectivamente, 102, 86 e 81 cadeiras.
Nas eleições municipais, os islamitas também sofreram uma grande queda, passando de 5.021 representantes para 777. Assim, o partido perdeu o controle das grandes cidades que liderava, como Rabat, Marrakech e Fez, e dos grandes centros econômicos Casablanca e Tânger. De um total de 31.503 cadeiras, o RNI adquiriu 9.995 e o PAM, 6210.
O RNI, que faz parte da coalizão governamental e ficou com o maior número de vagas do Parlamento, é liderado pelo empresário rico Aziz Akhannouch, que foi escolhido, nesta sexta-feira (10), como novo primeiro-ministro do país pelo rei Mohammed VI. Ele terá que formar um Executivo para um mandato de cinco anos, sucedendo Saad Eddine El Othmani, que renunciou à liderança da PJD na quinta-feira (9).