Paulo Guedes afirma que, se for preciso, governo vai consertar reforma do Imposto de Renda
Ministro disse que o governo não tem a intenção de aumentar a carga tributária

Foto: Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ao blog do Valdo Cruz, no G1, que o governo está disposto a consertar, durante a tramitação no Congresso Nacional, eventuais erros na reforma do Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas. Em entrevista, o ministro negou que o governo tenha a intenção de aumentar a carga tributária. "Se tiver erro na dose, vamos consertar, não temos compromisso com erros. Mas a reforma está na direção certa, tributar rendimentos de capital e desonerar empresas e assalariados", declarou o ministro.
De acordo com os cálculos realizados por tributaristas, a reforma tributária do governo aumenta não só a tributação dos rendimentos de capital, mas também de empresas e assalariados. Contudo, Guedes nega o aumento. "Nosso objetivo é a neutralidade, desonerar empresas e assalariados para estimular a economia e tributar rendimentos de capital. O Brasil, por exemplo, não tributa a distribuição de dividendos, enquanto o mundo todo tributa. Precisamos corrigir isso, abrindo espaço para diminuir o Imposto de Renda das empresas", disse o ministro.
Paulos Guedes disse ainda que o governo estaria "dando com uma mão e tirando com a outra" no caso dos assalariados. Além disso, ele afirmou que o tema será analisado e, se houver necessidade, será corrigido. Na proposta enviada ao Congresso, o governo aumentou a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física, mas limitou o uso do desconto simplificado na declaração anual.
Essa mudança, segundo tributaristas, vai acabar aumentando, no ajuste anual, a tributação sobre uma parcela expressiva de assalariados. Também em entrevista ao blog, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que a Câmara dos Deputados está "fazendo as contas para não errar" ao comentar as críticas de especialistas à proposta do governo.