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Pedido de isenção para importar aço gera embate entre construtoras e siderúrgicas

Empresários pediram para zerar alíquota, que atualmente é de 12%

Por Da Redação
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Pedido de isenção para importar aço gera embate entre construtoras e siderúrgicas

Foto: Agência Brasil

Após a ausência de acordo entre as construtoras e siderúrgicas sobre o preço de venda do aço e os prazos de entrega do insumo, os empresários da construção entregaram ao Ministério da Economia uma proposta de zerar o imposto de importação do aço por seis meses, prorrogáveis por mais seis meses. Atualmente, a alíquota é de 12%.

O pedido de corte da alíquota foi formalizado pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, em reunião com o secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, na semana passada.

As construtoras esperam favorecer a entrada de aço importado no mercado brasileiro, ampliar a oferta do insumo e forçar uma queda nos prazos de entrega e preços por parte das siderúrgicas locais. No documento, as construtoras citam a falta de aço no mercado local e os riscos de isso comprometer o novo ciclo de obras que está sendo iniciado após o lançamento de centenas de projetos residenciais nos últimos meses. 

A CBIC apresentou ao governo um levantamento com 206 construtoras de todo o Brasil em que 84% disseram que há desabastecimento de aço em suas regiões. A pesquisa também mostrou que 82,9% das empresas relataram que as entregas do aço estão levando mais tempo do que o normal. Só 14% dizem receber em até 30 dias, enquanto 66% ficam entre 30 e 90 dias, e 20% falam em mais de 90 dias.

Em paralelo, o preço do aço tem sido o maior vilão da inflação nos materiais. O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), acumula alta de 11,95% nos últimos 12 meses encerrados em março. A alta foi puxada pelo grupo de materiais e equipamentos, com aumento de 27,26% no período, sendo que o subgrupo de materiais metálicos subiu 62,18% nos últimos 12 meses. 

O presidente da CBIC  enfatizou que, enquanto o abastecimento não for normalizado, não será possível estabilizar preços. E caso o aumento no preço dos materiais continue, muitas obras podem ser inviabilizadas, segundo o vice-presidente de Tecnologia e Sustentabilidade do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Carlos Borges.

Prazos e preços do aço

O prazo de entrega do aço pode ser de até 70 dias, dependendo do tipo do produto. O aço com maior grau de sofisticação precisa de mais dias, mas quando se fala de aço ao carbono, que vai para a área da construção civil, a entrega é feita em 30 dias. Lopes afirmou que, em geral, 80% do que é entregue para a construção civil, considerando material que já vai cortado e dobrado para atender a demanda específica, é entregue entre 5 e 10 dias.

Em relação à alta dos preços do aço, o reajuste vem ocorrendo porque as principais matérias-primas também aumentaram. De fevereiro de 2020 a fevereiro de 2021, os reajustes foram de 150% na sucata, 134,6% no minério de ferro, 93,4% no ferro gusa, 81,7% no níquel, 61,4% no zinco, e 40,5% no carvão mineral.

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