Pela 1ª vez em cem anos, Brasil não atinge meta das principais vacinas infantis
País pode sofrer consequências com risco de retorno de doenças 'eliminadas'

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Pela primeira vez no século, durante 20 anos, o Brasil não atingiu a meta para nenhuma das principais vacinas indicadas para crianças de até um ano de vida, aponta o dados do Programa Nacional de Imunizações de 2019. As informações são da Folha de S.Paulo.
Segundo a reportagem, a queda nas coberturas vacinais infantis nos últimos cinco anos já chega até 27% para alguns imunizantes. E com a chegada da pandemia de Covid-19, as equipes de saúde afirmaram atraso na busca pela vacinação, o que indica a possibilidade de uma nova queda histórica nos índices.
Os primeiros sinais de queda na vacinação começaram a ser registrados em 2015 e se agravaram em 2017, quando apenas uma vacina atingiu a meta indicada, e as demais tiveram queda. Em 2018, houve uma diminuição, mas algumas vacinas tiveram leve recuperação, mas a partir de 2019, a queda se concentrou.
Como consequência da falta de vacinação, há forte risco de que doenças eliminadas, a exemplo do sarampo, retorne ou aumente a transmissão daquelas que estavam sendo controladas até então.
Procurada pela Folha, o Ministério da Saúde afirmou que as campanhas de conscientização foram ampliadas e que a redução atribuída em 2019 e que já vinha sendo registrada ao longos dos últimos anos, pode ter sido ocasionada por casa da "falsa sensação de segurança causada pela diminuição ou ausência de doenças imunopreveníveis; o desconhecimento da importância da vacinação por parte da população mais jovem e as falsas notícias veiculadas especialmente nas redes sociais sobre o malefício que as vacinas podem provocar à saúde”.
E ressaltou ainda que, mesmo com a pandemia, a vacinação segue normalmente cumprindo e respeitando as normas e orientações de segurança para evitar risco de disseminação da Covid-19.