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Perda de floresta tropical primária bate recorde em 2024, aponta levantamento

Dados mostram ainda destruição de 18 campos de futebol por minuto

Por Da Redação, Agência Brasil
Ás

Perda de floresta tropical primária bate recorde em 2024, aponta levantamento

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em 2024, países tropicais como o Brasil e a Bolívia perderam 6,7 milhões de hectares de floresta tropical primária, área equivalente à do Panamá. Trata-se do maior índice já registrado pelo Laboratório de Análise e Descoberta de Terras Globais (Glad Lab), da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

Os dados, divulgados nessa terça-feira (21) pela plataforma Global Forest Watch (GFW), revelam que o ritmo de devastação equivale à destruição de 18 campos de futebol por minuto. Os incêndios florestais foram o principal fator de perda vegetal no período, responsáveis por queimar cinco vezes mais floresta do que no ano anterior.

Embora incêndios possam ocorrer naturalmente em alguns ecossistemas, especialistas alertam que, em florestas tropicais, como a Amazônia, a maioria desses focos tem origem humana.

O Brasil respondeu por 42% da perda total registrada nos trópicos em 2024, liderando o ranking global. Em seguida, aparecem Bolívia, República Democrática do Congo, Indonésia, Peru, Laos, Colômbia, Camarões, Nicarágua e México. Juntos, esses dez países concentram 87% da devastação anual.

Além das florestas tropicais, o relatório também aponta que houve aumento de 5% na perda global de cobertura arbórea, totalizando 30 milhões de hectares devastados — o maior número da série histórica. Pela primeira vez, grandes incêndios atingiram simultaneamente florestas tropicais e boreais, como no Alasca, no Canadá e na Sibéria.

Segundo o codiretor do Glad Lab, Peter Potapov, chama atenção o avanço da destruição em áreas remotas. “Nos cenários intactos não há atividade industrial, o que torna essas perdas ainda mais preocupantes”, afirmou.

Brasil

Quanto ao caso específico do Brasil, Potapov apontou os fatores que contribuem para o avanço na devastação de florestas intactas. 

"A agricultura industrial, a mineração e a exploração madeireira são os principais responsáveis por sua perda", afirmou, em resposta ao questionamento da Agência Brasil.

O resultado da generalização é atribuído também ao volume de gases de efeito estufa produzido pelos incêndios. Foram expelidas 4,1 Gt, quantidade quatro vezes maior do que em 2023.

"Isso tem que ser um chamado para todos os países, os negócios, porque, se continuar nesse caminho, vamos devastar tudo, não vamos frear a mudança climática e teremos grandes impactos", recomendou a codiretora da GFW.

Segundo o catedrático Matt Hansen, também codiretor do Glad Lab, o documento com as informações consolidadas completa uma década com indicativos críticos. "Estamos vendo esse relatório como más notícias", resumiu.

Biomas brasileiros

No relatório, constam mais detalhes sobre o período atravessado pelo Brasil, país com o maior número de florestas primárias tropicais do mundo. De acordo com a equipe do Glab Lab, as taxas de perda não relacionada a incêndios também subiram 13% em 2024, mas permaneceram abaixo dos picos do início dos anos 2000 e também dos alcançados durante o governo anterior.

No documento, os pesquisadores atribuem, principalmente, ao desmatamento de florestas para monocultivo de soja e para a pecuária a responsabilidade pela perda de floresta primária. Eles reconhecem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem buscado garantir a preservação dos biomas por meio de políticas socioambientais, com a revogação de leis, a demarcação de terras indígenas e ações que visam ao cumprimento da legislação em vigor, mas que essa evolução ainda está ameaçada pela expansão agropecuária.

A Amazônia teve a maior perda de vegetação desde o recorde em 2016, saltando 110% de 2023 a 2024, sendo os incêndios o elemento central no ano passado. O Pantanal, por sua vez, foi o bioma que apresentou o maior percentual de perda de cobertura arbórea.

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