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Pertencimento à natureza não passa nem depois da morte, diz Gilberto Gil ao lado de Raoni

Cantor baiano abordou sua relação com o mundo natural como fonte de inspiração para sua arte, afirmando que ela sempre esteve presente

Por FolhaPress
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Atualizado
Pertencimento à natureza não passa nem depois da morte, diz Gilberto Gil ao lado de Raoni

Foto: Wilton Júnior/Estadão

A Casa Maraká, espaço de comunicação indígena durante a COP30, recebeu na tarde desta terça-feira (11) um encontro entre duas sumidades da cultura brasileira: o cantor Gilberto Gil e o cacique Raoni.

Em declarações breves, eles falaram sobre ancestralidade e defesa da natureza a uma plateia de convidados, grande parte deles indígenas, em um evento paralelo à conferência das Nações Unidas sobre mudança climática.

O cantor baiano abordou sua relação com o mundo natural como fonte de inspiração para sua arte, afirmando que ela sempre esteve presente.

"A minha inserção na vida natural começou naturalmente, obrigatoriamente, no ventre da minha mãe – ainda que antes da chegada da consciência", contou, ressaltando que essa ideia "de estarmos envolvidos pela natureza" foi crescendo ao longo de sua vida.

"Acho que mesmo depois que a gente for embora daqui, essa consciência, esse sentimento profundo sobre pertencer ao mundo, pertencer à Terra, pertencer à natureza – e ser responsável por esse convívio com essa força –, eu acho que tudo isso vai permanecer".

Já Raoni defendeu fortemente a união dos povos indígenas contra a destruição causada pelos brancos. "Temos que estar juntos, pensar juntos, com o objetivo único de nos defender", disse a liderança kayapó, com tradução do neto Patxon.

"Quero lembrar que há muito tempo só exista nós, indigenas, no Brasil. Nós, povos indígenas, temos que saber que somos os verdadeiros moradores dessa terra", destacou.

Raoni falou, ainda, de mecanismos que estão se propondo a arrecadar verbas para povos indígenas, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Criado pelo governo brasileiro, o TFFF repassará 20% dos rendimentos para povos indígenas.

"Nós temos que cobrar para que esses recursos cheguem para povos indígenas, porque é uma alternativa até para acabar com atividades ilegais dentro da terra indígena", ressaltou.

"Vocês estão percebendo que cada vez mais tem desmatamento. Vocês estao percebendo a mudança que está acontecendo, está cada vez mais calor. O que os madeireiros fazem, de desmatar, o que os garimpeiros fazem, de revirar a terra, não é bom. Se continuar assim, com essa destruição, podemos ter problemas maiores ainda", alertou, ainda.

No evento, também estiveram presentes a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Márcia Rollemberg, e Daniela Haik, vice-diretora executiva da ONG Conservação Internacional, que promoveu o evento.

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