Brasil
Cidades como Belo Horizonte, Salvador e Natal são mencionadas pelo estudo da UFMG
FOTO: Leopoldo Silva/Agência Senado
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgada recentemente, apontou sobre a subnotificação no número de mortes causados pela Covid-19. O período analisado corresponde a fevereiro a junho de 2020, nas cidades de Belo Horizonte, Salvador e Natal.
No levantamento, os pesquisadores apontaram que número de mortes pela doença no Brasil, em 2020, está subestimado em ao menos 18%. A pesquisa foi publicado na revista Plos Global Public Health, em 5 de maio.
O Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação em Saúde (GPEAS), ligado ao Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG foi responsável por realizar a pesquisa. Até o momento, foram analisados 1.365 atestados de mortes nas três capitais.
Além disso, para chegar aos números, os pesquisadores cruzaram dados sobre a mortalidade e informações dos exames médicos, constatando a subnotificação.
“Muitas vezes, o óbito ocorreu antes dos exames ficarem prontos, de forma que o médico assistente declarou como causa básica um fator mal definido ou uma doença que, na verdade, foi uma intermediária no processo mórbido”, explicou a professora da Faculdade de Medicina Elisabeth França, responsável por coordenar o estudo.
Os registros oficiais apontaram como causa das mortes, síndrome respiratória aguda grave (SRAG), pneumonia não especificada, sepse, insuficiência respiratória e causas mal definidas. “A demanda de trabalho para as equipes de saúde era tão grande que também ocorreram erros no registro das causas de morte, como a inversão de causas intermediárias com a causa básica”, acrescentou.
A maior subnotificação foi descoberta entre idosos (25,5%), acima de pessoas com menos de 60 anos (17,3%). De acordo com os pesquisadores, somente no ano de 2020, nacionalmente, houve subnotificação de 37.163 óbitos por Covid-19.
“Depende do médico a definição da causa que será declarada como básica para o óbito. Precisamos investir na infraestrutura dos serviços de saúde, pois a indisponibilidade de resultados de exames no momento do óbito pode ter sido um dos principais fatores para a subnotificação”, ressaltou França.
Comentários
Relacionadas
Veja Também
Essa será a alíquota padrão, aplicada aos bens e serviços que não são beneficiados com algum tipo de tratamento diferenciado
Fique Informado!!
Deixe seu email para receber as últimas notícia do dia!