Pesquisa diz que maioria dos brasileiros não tem condições de arcar com despesas de saúde
Custo de tratamento e dificuldade no agendamento de consultas são as maiores dificuldades

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Dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, divulgados na última quinta-feira (28), apontam que nove em cada dez brasileiros afirmam que não têm condição de pagar por saúde de qualidade. Cerca de 90% dos entrevistados afirmam não possuir condições financeiras para pagar por cuidados de saúde. O levantamento, feito no Brasil e em outros 29 países, entrevistou 21.513 pessoas com idades entre 16 e 74 anos, entre os dias 20 de agosto a 03 de setembro de 2021.
Os principais entraves no acesso à saúde identificados entre os brasileiros foi o custo de tratamento, a dificuldade no agendamento de consultas e a distância entre o domicílio e as unidades de saúde. A pesquisa aponta, ainda, que sete em cada dez brasileiros (71%) acreditam que o sistema de saúde do país está sobrecarregado. Essa saturação, ainda segundo o levantamento, pode ser um dos motivos que justifica a insatisfação dos brasileiros com os trâmites para agendamento de consultas médicas.
Além disso, cerca de 84% opinam que o tempo de espera para se conseguir uma consulta é muito longo e 47% acham difícil conseguir consultas médicas perto dos locais onde moram. A pesquisa pediu que os entrevistados selecionassem, a partir de uma lista, quais os maiores problemas que os sistemas de saúde de seus países enfrentam atualmente. No Brasil, a questão mais citada foi a falta de investimento no sistema de saúde como um todo, com 51%.
Em segundo lugar, ficou a falta de investimento em saúde preventiva, com 50%. As dificuldades de acesso ao tratamento e os longos períodos de espera ficaram na terceira posição e foram mencionados por 45% dos entrevistados. Já na média de todos os países avaliados, a principal menção foi em relação às dificuldades de acesso ao tratamento e longos períodos de espera (41%). Em segundo lugar ficou a falta de funcionários (39%). O custo dos tratamentos apareceu na terceira posição (31%), seguido pela burocracia (26%) e pela falta de investimento em saúde preventiva (23%).