Pesquisadores da UFRB cobram atenção de autoridades para reservas de Terras Raras reveladas na Bahia

Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFRB) cobram atenção das autoridades em relação a reservas de Terras Raras reveladas na Bahia. Segundo informações do Grupo de Materiais Fotônicos da UFRB, há projetos de mineração com participação de empresas do Canadá, Austrália e Estados Unidos em pelo menos seis municípios do estado.  

Depósitos de monazita em minerais pesados nas praias do extremo sul do Estado, na região de Cumuruxatiba em Prado e partes de Alcoçaba, também estaria no foco das empresas estrangeiras.  

Em entrevista ao Bahia Notícias, o professor Jorge Meneses, que lidera o grupo de pesquisa, abordou que a exploração pode trazer benefícios, mas é preciso ter cuidado na organização da estrutura.

“Não basta exportar o minério bruto. A Bahia pode e deve pensar em toda a cadeia: da prospecção ao produto final. Isso inclui produção de ímãs, dispositivos fotônicos, motores elétricos e outros materiais estratégicos”, disse.

O professor ainda afirma que as Terras Raras podem ser importantes elementos para a autonomia tecnológica e industrial do país, por serem minerais críticos, no sentido de serem essenciais para os setores de tecnologia, energia e defesa;  e também por serem estratégicos, ou seja, crucias para a soberania, segurança e desenvolvimento de um país.

“No Brasil, terras raras são ambas as coisas: críticas e estratégicas. Estão no centro de disputas econômicas globais, mas também representam uma chance de autonomia tecnológica e industrial”, complementou.

Atualmente, reservas desses materiais têm sido exploradas nos municípios de Belmonte, Jequié, Ubaíra, Jiquiriçá e Prado.

As Terras Raras são minerais que compõe um grupo de 17 elementos químicos encontrados na natureza junto com outros minérios. De difícil extração e com alto valor comercial, eles são indispensáveis para diversos produtos, a exemplo da dispositivos eletrônicos, foguetes e equipamentos médios.   

Espalhadas ao redor do mundo em concentrações pequenas, o Brasil é o segundo maior país com reservas de Terras Raras, atrás apenas da China. Tais fatores, geraram interesse dos EUA na exploração desses minerais e tem sido apontado como elemento de negociação da guerra comercial iniciada com a imposição do tarifaço.