Pesquisadores indicam que videogames são podem ser os responsáveis por afetar a autoestima de crianças
Os dados apontam que o videogame é um dos principais vilões na criação de distorções corporais

Foto: Reprodução
Um estudo feito na Espanha demonstrou que crianças com menos de 10 anos são muito impactadas pelo que veem em jogos ou na televisão, e tentam copiar roupas, cortes de cabelo ou acessório para se sentirem mais próxima dos padrões de beleza apresentados nas telas.
Foi distribuído pelos pesquisadores um questionário para 792 estudantes com idade inferior aos 10 anos e as respostas indicaram uma relação entre o consumo de televisão e de jogos e a insatisfação com a aparência física. Os dados apontam que o videogame é um dos principais vilões na criação de distorções corporais, e que as principais afetadas são as meninas, que costumam comparar aspectos físicos, como a cor dos olhos, os cabelos e o formato do corpo, com o de personagens fictícios.
Os autores da pesquisa citam que sistemas de mídia, muitas vezes, destacam a aparência física em detrimento de outras habilidades ou traços positivos de personalidade, e mesmo que em proporções diferentes meninos e meninas aceitam determinados estereótipos e são impactados por certos padrões de beleza, usando imagens corporais que acessam por meio das mídias para interagir com o mundo.
Embora também reconheçam que essas imagens vêm se tornando mais diversas atualmente, esses padrões ainda não foram completamente abolidos. Existem, naturalmente, personagens empoderados, que oferecem bons exemplos de comportamento para as novas gerações, mas muitos deles ainda se encaixam em padrões estéticos pouco diversificados.
Nos videogames, a interatividade é maior, e isso reflete no impacto que as imagens têm sobre as crianças que mesmo que sejam afetadas pela publicidade televisiva, ainda dão pouca atenção a esse tipo de conteúdo na faixa etária estudada; por isso a forma com os personagens que compõem o imaginário dessas crianças afetam sua autoestima é mais perceptível nos adeptos do videogame.
Os pesquisadores afirmam e defendem que é preciso um ambiente que incentive a positividade corporal para o desenvolvimento infantil, e que as crianças sejam ensinadas desde cedo a não se compararem com padrões inatingíveis. A alfabetização digital também é central para reverter esse cenário, e que por meio meio dela, é possível que as crianças aprendam a consumir conteúdos digitais de forma saudável e crítica, fomentando estilos de vida menos estereotipados.