PF afirma que Secretaria de Saúde de Ilhéus desconsiderou aviso de fraude
Pasta foi responsável pela licitação do abrigo para infectados por Covid-19, diz polícia

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Representantes da Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) afirmaram em coletiva sobre a Operação Nefanda, realizada na manhã desta quarta-feira (11), que a secretaria de saúde de Ilhéus, cidade no litoral Sul da Bahia, foi alertada sobre as fraudes no contrato de um abrigo para infectados com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
De acordo com a PF e a CGU, que investigam o caso, a pasta foi responsável por todo o processo de licitação.
O superintendente da CGU, Ronaldo Machado, disse que mesmo avisada pelo setor jurídico da prefeitura de problemas na dispensa de licitação, a secretaria de saúde ilheense decidiu levar adiante o processo. “A própria procuradoria já havia alertado sobre algumas irregularidades, principalmente sobre a falta de experiência da empresa, e ainda assim foi levado a cabo essa contratação irregular”, disse.
Funcionários da secretaria devem ser ouvidos ainda nesta quarta como parte das investigações do caso. De acordo com o delegado da PF, Anderson Alves, a prestação do serviço ainda tinha falhas. A contratação, segundo ele, só se encarregava de pagar funcionários. As demais despesas, o que incluía energia e até produtos de higiene, eram pagos pela prefeitura.
A operação foi deflagrada para cumprir nove mandados de busca, oito em Ilhéus e um em Itabuna, e teve como objetivo combater crimes de fraude à licitação e desvios de recursos públicos federais que deveriam ser empregados no enfrentamento da pandemia.
De acordo com a PF, foi apurado que o haras foi contratado por R$ 1,2 milhão, para gerir o abrigo, mesmo não tendo capacidade técnica e operacional para a finalidade.