PF diz em documento ao STF que crimes de presidente do Ibama estão configurados
Investigação também apura irregularidades cometidas pelo Ministério do Meio Ambiente

Foto: Divulgação/Ibama
A Polícia Federal (PF) afirma em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que as provas obtidas na Operação Akuanduba, indicam a prática de crimes por parte do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Fortunato Bim, e de outros servidores do órgão e do Ministério do Meio Ambiente.
De acordo com o documento da PF, obtido e divulgado pela Folha de São Paulo nesta quarta-feira (26), a facilitação de contrabando, advocacia administrativa e dificuldades à ação de fiscalização ambiental do poder público são "crimes já configurados" por Bim à frente do órgão. Além disso, o documento cita que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, possuí "fortes indícios de envolvimento (nas suspeitas) do atual ministro do Meio Ambiente".
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, Bim foi afastado do cargo por 90 dias. O presidente do Ibama participou de reunião com empresários e congressistas em que se discutiu modelo menos rigoroso de fiscalização para a exportação de madeira. Para os investigadores, ficou também demostrada, sob o comando de Bim, uma gestão voltada ao esvaziamento do Ibama, notadamente dos setores incumbidos da fiscalização.
Em nota sobre as suspeitas levantadas pela PF, o Ibama afirmou que "os fatos serão plenamente esclarecidos nos autos do inquérito". O advogado do ministro Ricardo Salles, Fernando Fernandes, disse que "todas as questões relativas à investigação serão prestadas nos autos do inquérito, tão logo se tenha acesso".


