Pfizer desenvolve versão em pó de vacina contra a Covid-19
A ideia é conseguir diminuir a dependência da conservação em temperaturas extremamente baixas

Foto: Reprodução / Agência Brasil
Na tentativa de conseguir diminuir a dependência da conservação em temperaturas extremamente baixas, a Pfizer e a BioNTech estão buscando desenvolver uma versão em pó da vacina já desenvolvida pelos laboratórios contra a Covid-19.
O imunizante precisa ser conservado em temperaturas de até -70°C, o que dificulta a logística para distribuição em países como o Brasil, por exemplo, que não tem ultracongeladores na chamada Rede de Frio, do Programa Nacional de Imunização brasileiro.
O padrão de manutenção de vacinas no mundo, hoje em dia, é feito em refrigeradores, com temperaturas que variam entre 2°C e 8°C. É o que encontramos nas geladeiras caseiras. Daí a ideia das empresas de "tirar a água" do imunizante e transformá-la em pó, processo que é conhecido como liofilização.
De acordo com Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, organização sem fins lucrativos voltada à democratização das vacinas, a vacina liofilizada poderia, de fato, ser uma solução para a refrigeração necessária da vacina. Ela diz que o desafio para a empresa é a estabilidade do imunizante — vacinas genéticas como a da Pfizer são ainda mais frágeis a variações térmicas.
A Pfizer, em nota, afirma que "se o desenvolvimento da nova versão for bem-sucedido, há grande probabilidade de buscarmos uma autorização ou licença separada para essa apresentação, ou uma expansão da autorização inicial ou licença para cobrir uma formulação liofilizada". A farmacêutica também afirma que espera ter resultados até 2022.
Mesmo com dados da fase 3 de estudos da vacina já apresentados à Anvisa, ainda não houve pedido de uso emergencial ou de registro.
A empresa informou que ofereceu cerca de 70 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 ao governo do Brasil, com entrega programada para o final de 2020. A farmacêutica afirma que fez três tentativas de acordo, sem sucesso.