PGR pede prorrogação do inquérito para investigar Google e Telegram por ação contra PL das Fake News
Vice-procuradora geral alega que faltam diligências 'indispensáveis' para que os fatos sejam esclarecidos

Foto: Pedro França/Agência Senado
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prorrogação por mais 60 dias do prazo para a apuração da Polícia Federal no inquérito que investiga diretores do Google e Telegram por campanha de desinformação contra o PL das Fake News, projeto de regulação das plataformas digitais em tramitação na Câmara. O pedido da PGR foi encaminhado na sexta-feira (4).
Segundo a vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, faltam diligências "indispensáveis" para que os fatos sejam esclarecidos, entre elas o cumprimento de uma intimação para que o representante legal do Telegram no país preste depoimento.
Entenda
Em maio, quando o projeto estava tramitando na Câmara, o Google e o Telegram fizeram uma campanha contra a aprovação da lei. Na página inicial do Google foi disponibilizado um link com críticas ao texto. Já o Telegram disparou a todos os usuários uma mensagem com desinformação sobre a proposta que dizia, entre outros pontos, que o PL concederia "poderes de censura ao governo".
As duas declarações das plataformas foram retirados do ar por determinação do ministro Alexandre de Morais. Por decisão do ministro, o Telegram também enviou um texto de retratação aos mesmos destinatários.
Em junho, executivos do Google prestaram depoimento à PF. O presidente do Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho, e o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da plataforma, Marcelo Lacerda, negaram que a plataforma de tecnologia tenha atuado para interferir em resultados de buscas no país sobre o projeto de lei.