PGR suspeita de lavagem de dinheiro na MM Consultoria Construções e Serviços
Empresa presta serviços à Prefeitura de Salvador

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A MM Consultoria Construções e Serviços, do empresário José Marcos de Moura, que é responsável pela coleta de lixo no oeste baiano e também por parte do serviço da Prefeitura de Salvador, aparece em processo da Procuradoria-Geral da República, supostamente envolvida nos desvios de recursos em esquema de corrupção no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).
De acordo com o processo, o dinheiro desviado em contratos milionários pelo TJBA teria sido lavado por meio da empresa. O oeste baiano é a região onde se concentram as suspeitas de grilagem por meio de decisões judiciais dadas no esquema de corrupção.
A suspeita do envolvimento da MM Consultoria no esquema, segundo a PGR, foi detectada pelo relatório financeiro do Coaf, por meio de movimentações financeiras suspeitas entre o filho de um ex-desembargador e esta empresa de coleta de lixo. Em nota, a procuradoria afirma que o Coaf “traz ligações de movimentações suspeitas na ordem de R$ 9,7 milhões, vinculando-a à MM Consultoria Construções e Serviços e seu sócio-administrador José Marcos de Moura, vencedores de milionária licitação de coleta de lixo na região investigada, a transparecer a existência de mecanismo para lavagem de ativos criminosos”.
Em 19 de novembro, o presidente do TJ-BA, Gesivaldo Britto, foi acusado de movimentar R$ 24 milhões nos últimos seis anos, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Ele foi afastado após ter indicado juízes suspeitos para atuar no Oeste baiano em um caso de grilagem. De acordo com o MPF, o valor era "totalmente incompatível" com os vencimentos de Gesilvado. Atualmente, ele cumpre prisão preventiva.
Neste mesmo dia do mês passado, a Justiça afastou por três meses a candidata à presidência do Tribunal, Maria da Graça Osório Pimentel foi afastada. Já os juízes Marivalda Almeida Moutinho e Sérgio Humberto de Quadros Sampaio também foram alvos da Operação Faroeste, que apura o caso.
Na semana passada, agentes da Polícia Federal (PF) encontraram cerca de R$ 100 mil em dinheiro, além de joias e obras de arte, no apartamento da desembargadora do TJBA, Maria do Socorro Santiago. A magistrada, investigada no suposto esquema de vendas de decisões judiciais, foi presa na última sexta-feira (30).
O MPF revelou também que outro suposto envolvido, o desembargador José Olegário Caldas, teve movimentação de R$ 22,4 milhões de 2013 até este ano. Para o órgão, o valor também é "incompatível".