PM afasta policiais envolvidos na morte de adolescente em São Marcos das atividades
Caique Reis foi morto à tiros durante operação, no domingo (28)

Foto: Reproduçã
A Polícia Miliar (PM) confirmou, nesta quarta-feira (1º), que os policiais envolvidos na ação que resultou na morte do adolescente Caíque Reis, o bairro de São Marcos foram afastados das atividades operacionais.
Em nota, a corporação afirmou ter adotado o protocolo que estabelece as medidas a serem aplicadas em situações de ocorrência que resultam em lesão corporal grave ou morte, logo após o acontecimento. Os profissionais envolvidos foram afastados das atividades nas ruas, submetidos a depoimentos individuais e receberam acompanhamento psicológico especializado na unidade.
Os policiais devem permanecer sob acompanhamento administrativo até a conclusão das investigações.
A PM afirmou que as investigações estão ocorrendo na esfera administrativa, conduzida pela Corregedoria-Geral da PM, sob a responsabilidade direta do coronel Delmo, corregedor-geral. Na esfera criminal também, a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, responsável por investigar as circunstâncias do fato.
Morte de adolescente em São Marcos
O adolescente Caíque dos Santos Reis, de 16 anos, foi morto a tiros no último domingo (28), após ação policial no bairro de São Marcos, em Salvador.
Segundo relato dos moradores, em entrevista à TV Bahia, os policiais teriam chegado no local em busca de suspeitos e atiraram contra o jovem. A população realizou protestos na segunda (29) e terça-feira (30), pela morte do jovem.
A Polícia Militar afirmou que o caso ocorreu durante uma troca de tiros com agentes. O corpo de Caíque Reis foi sepultado na segunda (29), em um cemitério na Baixa de Quintas. O jovem era estudante, barbeiro e começaria a trabalhar como atendente de confeiteiro no dia em que foi enterrado.
Confira nota da PM na íntegra:
"Em relação aos fatos ocorridos neste final de semana, no bairro de São Marcos, que resultaram na morte de duas pessoas, a Polícia Militar da Bahia esclarece que, tão logo tomou conhecimento da ocorrência envolvendo guarnição do Batalhão de Policiamento de Prevenção a Furto e Roubos de Coletivos (BPFRC), determinou a adoção imediata do Protocolo previsto na Portaria nº 070, de 10 de julho de 2025, que estabelece as medidas a serem aplicadas em situações de ocorrência com trauma, inclusive aquelas que resultam em lesão corporal grave ou morte.
Conforme o regulamento, os policiais militares envolvidos foram afastados das atividades operacionais, submetidos a oitivas individuais e encaminhados ao Departamento de Promoção Social da PM, onde recebem acompanhamento psicológico especializado, participam de atividades de apoio emocional e de palestras diárias voltadas à valorização da vida e aos valores humanos, permanecendo sob acompanhamento administrativo até a conclusão das investigações.
As apurações ocorrem em duas frentes complementares: na esfera administrativa, conduzida pela Corregedoria-Geral da PM, sob a responsabilidade direta do coronel Delmo, corregedor-geral, assegurando rigor, celeridade e total isenção; e na esfera criminal, a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, responsável por investigar as circunstâncias do fato.
A Polícia Militar da Bahia reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e a defesa da vida, ressaltando que não compactua com desvios de conduta e assegurará a plena responsabilização de eventuais excessos, sempre garantindo os direitos constitucionais ao contraditório e à ampla defesa".