Polícia aponta contradições no depoimento de Flordelis
Deputada foi denunciada pelo MP-RJ como mandante do assassinato do marido

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
A Polícia Civil apontou nesta quinta-feira (3), 33 observações ou incongruências no depoimento prestado pela deputada federal Flordelis (PSD-RJ) em maio deste ano. De acordo com a CNN Brasil, que teve acesso aos depoimentos e documentos da investigação, o delegado Allan Duarte aponta que ela prestou "falso testemunho" e apresenta "indisposição de colaborar com a justiça".
A parlamentar foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Contudo, ela nega as acusações. No depoimento, Flordelis disse que depois da morte de Anderson estava sedada, tem isquemia cerebral e tinha dificuldade de se lembrar de detalhes. Ao longo da fala, ela contou com riqueza de detalhes conversas que teve com os filhos naquela semana e detalhes sobre transações da igreja Ministério de Flordelis.
Ainda de acordo com a CNN Brasil, a deputada também se contradisse a respeito de um cofre na casa da família. Inicialmente, ela afirmou que só ela e Anderson tinham acesso a ele. Depois, informou que dois filhos também tinham a senha e que o equipamento estava quebrado. Já em outro momento, ela explicou que o cofre estava aberto e que uma de suas filhas teria confessado que roubou o dinheiro. Por fim, disse que o dinheiro estava na bolsa de Anderson. Tanto a bolsa quanto o celular dele desapareceram.
Caso
Anderson foi morto a tiros dentro de casa na madrugada de 16 de junho de 2019 em Niterói, região metropolitana do Rio. Até o momento, cinco filhos e uma neta de Flordelis foram presos no dia 24 de agosto por envolvimento no crime. Outros dois filhos, um biológico e outro adotivo, já se encontravam detidos após assassinato. Flordelis não foi presa porque tem imunidade parlamentar. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas.