Preço do trigo dispara 130% com inflação, guerra e pandemia do coronavírus
Alta do frete, que acompanha o valor do diesel, também impacta no produto

Foto: Reprodução/Embrapa
Um levantamento apontou que o preço do trigo no Brasil aumentou 130% entre janeiro de 2020 e abril de 2022. O salto foi provocado pela pandemia do coronavírus, inflação das commodities e a guerra da Ucrânia. Os dados são da consultoria MBL obtido pela CNN.
Para chegar nos números o consultor Luiz Carlos Caetano calculou o preço com base em uma média entre os valores cobrados dos produtores argentinos, paranaenses e gaúchos. “Hoje a tonelada tá em torno de R$ 2 mil, R$ 2,1 mil, ou algo como US$ 400 a US$410, mas já chegou a bater US$ 465”, conta ele à CNN.
Outro item que também registrou alta foi o saco de farinha. Entre janeiro de 2020 e abril deste ano, a alta foi de 117%. “Eu vou dizer uma coisa que se fala muito nos moinhos, o preço do trigo sobe de elevador e a farinha vai pela escada, então o preço da farinha de trigo não refletiu o aumento do trigo. Pra se ter uma ideia, no mês de março, a farinha subiu 4% e o trigo subiu 14%”, conta Caetano.
Outra questão que ainda atrapalha é a alta do frete, que acompanha a disparada no valor do diesel. A Rússia, que é o maior fornecedor de trigo no mundo, e a Ucrância, que é o quarto, precisaram zerar as remessas com o início da guerra.
“A inflação esse ano subiu em torno de 4% até agora e os produtos já duplicaram ou triplicaram em termos da inflação até abril. Por causa da guerra da Ucrânia, porque aumentou muito o preço do combustível e o petróleo também faz embalagem, então tem todo esse reflexo. Por exemplo, os pães industriais, que mais da metade são os multigrãos e integrais, que usam grãos que não são o trigo também subiram junto, então é uma série de fatores”, explica Caetano.