Vídeo: 'Prefeito ladrão', entoam professores em nova manifestação em frente à Câmara
Em greve há 1 mês, classe cobra piso salarial e chama reajuste aprovado de 'golpe'

Foto: Farol da Bahia
Professores da rede municipal realizam, no final da tarde desta segunda-feira (9), uma nova manifestação em frente à Câmara Municipal de Salvador (CMS). Aos gritos de "prefeito ladrão", a classe, que segue em greve há um mês, cobra o cumprimento da lei que estabelece o pagamento do piso salarial, definido em R$ 4.867,77 para 2025.
No dia 22 de maio, uma confusão se instalou no plenário após sindicalistas reagirem à aprovação pelos vereadores de um reajuste salarial de até 9,25% para os professores e de 4,83% para os demais cargos da administração municipal. De acordo com a classe, a proposta encaminhada pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) não respeita o piso salarial.
Em entrevista ao Farol da Bahia, Denise Souza, que faz parte do Coletivo de Coordenadoras Pedagógicas, chamou o projeto aprovado de "golpe".
"Foi a apresentação de emendas ao projeto de reajustes, que não pagava o piso aos professores de forma alguma e, simplesmente, os vereadores decidiram colocar a mão no nosso plano de carreira, pegando 45% de uma gratificação existente e colocando no salário mínimo das professoras, criando uma farsa de um aumento de salário para produzir a narrativa de que paga o piso. Uma vergonha nacional", disse.
Denise Souza, do Coletivo de Coordenadoras
Pedagógicas. Foto: Farol da Bahia
Mais cedo, servidores municipais protestaram na Lapa contra a gestão do prefeito Bruno Reis. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Servidores e Servidoras da Prefeitura de Salvador (Sindseps), cobrou o retorno da mesa de negociação e a apresentação de novas propostas por parte da prefeitura.
No sábado (7), o Coletivo de Coordenadores Pedagógicos da Rede Municipal de Ensino de Salvador aproveitou a abertura "do Arraiá da Prefs 2025 – O São João do Coração da Cidade", evento promovido pela Prefeitura de Salvador, na sexta-feira (6), para protestar pelo pagamento do piso salarial da categoria.
Com banners e cartazes, os manifestantes ironizaram a suposta ligação entre o prefeito Bruno Reis (União) e o grupo investigado pela Operação Overclean, da Polícia Federal (PF), suspeito de atuar em fraudes licitatórias, corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.
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"Olha os 67 milhões da educação... É mentira. Foram roubados! Operação Overclean!", dizia um dos cartazes.
Revogação da lei é "impossível", disse prefeito
Bruno Reis afirmou, na última terça-feira (3), que é "impossível", pela Constituição Federal, revogar a lei de reajuste salarial dos servidores municipais.
"Conforme a Constituição Federal, é impossível revogar a lei, porque todos nós estamos impedidos de revogar leis que reduzam salários. A Constituição não permite isso. Qualquer lei só pode ser para aumentar vencimentos dos servidores. Não pode ser aprovada, suspensa ou revogada nenhuma norma que reduzam os salários”, afirmou o gestor municipal durante a entrega de certificados e kits para beneficiários de programas de capacitação.
Bruno Reis ainda fez um apelo para que os servidores que ainda estão em greve retornem às suas atividades. “Aqueles que estão paralisados, que não são todos, peço que reflitam. As conversas e os diálogos continuam”, pediu.
Em coletiva, o prefeito destacou ainda que a Prefeitura de Salvador oferece o maior reajuste salarial entre as capitais brasileiras. Na última semana, o reajuste proposto para os cargos da estrutura da administração municipal foi de 4,83%.
Confira o vídeo abaixo: