Prisão de hacker responsável por megavazamento não soluciona o caso, aponta analista

A Polícia Federal prendeu ontem (19) suspeitos de envolvimento com o vazamento de dados que considera o maior da história. No entanto, autoridades estimam que o caso está longe de um desfecho. Especialistas têm levantado duas questões: a primeira é a motivação da prisão do hacker de condinome VandaTheGod, e a segunda é a sequência de "novos vazamentos" que surgem na esteira da denúncia feita pela Psafe. As informações são da Folha de S.Paulo.

VandaTheGod, que anunciou a venda de dados até pelo Twitter, é um dos inúmeros comerciantes da ponta do cibercrime. Eles revendem dados retirados do megavazamento em fóruns indexados ao Google, ou seja, são acessíveis a um usuário comum. 

Porém, a PF acredita que o suspeito preso pode ser um elemento-chave para cehegar aos atores relevantes na concepção da megabase de milhões de CPFs e outros dados vendidos na internet. 

Os analistas alertam para a cautela ao considerar cada anúncio como um novo vazamento diante do alto fluxo de dados repassados entre os criminosas. “É possível roubar um dado uma vez e vendê-lo 1 milhão de vezes. O criminoso A invadiu, roubou e vendeu ao criminoso B, que vende no mesmo fórum que o A. Houve dois vazamentos? Não”, afirma Alexandre Sieira, fundador da empresa Tenchi Security ouvido pela Folha de S.Paulo.

“Ainda que as investigações não tenham sido finalizadas, a identificação de um suspeito e a sua prisão abrem caminhos para que se possa entender como tudo ocorreu especificamente e possam ser estruturadas medidas preventivas", manifestou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).