Projeto do Senado deve reduzir R$ 0,60 do litro do combustível, afirma Guedes
Queda de R$ 0,27 deve ser registrada no valor cobrado do ICMS pelos estados, prevê ministro

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (10) que o projeto aprovado pelo Senado Federal sobre o preço dos combustíveis deve reduzir em R$ 0,60 o valor do óleo diesel. O valor corresponde à dois terços do aumento anunciado pela Petrobras, de R$ 0,90 no litro do produto.
O texto foi encaminhado para análise da Câmara e, caso aprovado, seguirá para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Junto ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Guedes afirmou que o governo federal deverá reduzir em R$ 0,33 o litro do diesel ao cortar impostos federais sobre o produto. Além disso, uma queda de R$ 0,27 deve ser registrada no valor cobrado do ICMS pelos estados.
"Serão R$ 0,33 do governo federal, ao custo de R$ 19 bilhões. Os estados, ao custo de R$ 15 bilhões, R$ 0,27 centavos. Então seriam R$ 0,60 (de queda). Houve uma guerra lá fora que nos atingiu, e nós conseguimos atenuar em dois terços o impacto dessa bomba que nos atingiu. A petrobras subiu R$ 0,90, e R$ 0,60 nós já atenuamos", explicou Guedes.
O projeto de lei complementar obriga os estados a reduzirem o ICMS sobre o combustíveis, por meio de uma alíquota única para os produtos em todo país. A proposta também muda o cálculo do imposto, que passa a ser um valor fixo sobre o litro e não mais um percentual sobre o valor médio cobrado dos consumidores.
Guedes descartou subsidiar os preços da gasolina e ponderou que, se a situação internacional piorar em dois meses, a alternativa pode passar a ser considerada como uma opção de controle.
"Nós vamos nos movendo de acordo com a situação. Saímos de uma guerra terrível, que foi a da pandemia, e fomos atingidos por outro choque, que veio de fora. Se isso se resolve em 30, ou 60 dias, a crise estaria endereçada. Agora, vai que isso se precipita, vira uma escalada, aí sim você começa a pensar em subsídio", explicou.
Além disso, ele afirma que é necessário beneficiar o diesel porque esse combustível é usado no transporte. "O que foi aprovado até agora é para atenuar o impacto do diesel. O Brasil gira em cima do diesel. Comida, transporte, remédio. Tudo vai nas rodovias e nós queremos atenuar. Esse foi um pedido do presidente, para ter uma atenção especial com os caminhoneiros. É o transporte público e o transporte rodoviário."
"Guerra é sinônimo de sacrifícios. Qualquer outra ideia é populismo. Dizer assim: “olha, teve uma guerra, agora todos os salários vão subir, a comida ficou barata”, isso não existe. O povo brasileiro é maduro e a democracia é resiliente. Temos que ter orgulho da capacidade de resposta da democracia brasileira.", afirmou Guedes sobre os impactos para a população, afirmando as situações ocasionadas pela guerra na Ucrânia e a pandemia de Covid-19.
"Nós estamos lidando com situações muito difíceis. Há quanto tempo não há uma guerra aberta? Quando antes houve uma pandemia dessas?", disse. "O Brasil vai crescer. Os senhores vão ver as expectativas de inflação sendo revistas para cima.", completou.