"Qualquer afronta atinge todos", afirma Cármen Lúcia após falas de Bolsonaro sobre o STF
Ministra ressaltou que "atos de afronta à autoridade de decisões judiciais voltam-se contra a democracia"

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Durante sessão de julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (09), a ministra Cármen Lúcia afirmou que "nenhum juiz atingido aqui [no Supremo] no desempenho de seu cargo é atingido isoladamente. Qualquer afronta atinge todos", comentando falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante atos de apoiadores na última terça-feira (07).
A ministra parabenizou Luiz Fux e Rosa Weber pelo primeiro ano na presidência e vice-presidência do STF, e comentou afirmações de Bolsonaro contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
“Atos de afronta à autoridade de decisões judiciais não se voltam singelamente contra o STF, voltam-se contra a democracia, aqui ou em qualquer lugar no planeta, como lembra sempre o ministro Luís Roberto Barroso. Não se afronta a autoridade do Judiciário, afronta-se a autoridade de constituições”, afirmou. Completando que "O Brasil é mais que uma pessoa ou um ato de voluntarismo".
Na sessão, a ministra também afirmou que o Supremo Tribunal Federal ‘não se destrói, não se verga, não se fecha’ e que a Corte continuará com os trabalhos contra "as mentiras".
“Mentiras que adoecem cidadãos incautos, que matam pessoas porque não podem matar a ciência, que molestam a economia, que comprometem a sanidade institucional”, declarou. Defendendo também que “cabe, neste momento, garantir o efetivo cumprimento da Constituição democrática de Direito de uma sociedade que seja justa, livre e solidária", completou.