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Rede criminosa desviou milhões em recursos financeiros designados ao tratamento de crianças com câncer, revela BBC

Organização incentivou campanhas de arrecadação e não repassou valores à responsáveis pelas vítimas

Por Da Redação
Às

Rede criminosa desviou milhões em recursos financeiros designados ao tratamento de crianças com câncer, revela BBC

Foto: Reprodução/BBC

A British Broadcasting Corporation (BBC), veículo de comunicação situado no Reino Unido, expôs neste domingo (21), por meio da BBC News Brasil, a investigação de um caso onde uma rede criminosa desviou milhões de recursos financeiros que seriam designados as crianças com câncer.

Em relato do caso, o portal divulgou relatos de diversas famílias vítimas da organização. Durante os relatos, é evidenciado que a rede criminosa buscava crianças com condições de saúde graves e oferecia a oportunidade das famílias gravarem vídeos exigindo recursos para tratamento das crianças.

A organização criminosa prometia a essas famílias que os recursos adquiridos com a campanha seriam enviados integralmente para o tratamento das crianças, mas, após a captação dos recursos, os responsáveis pelos enfermos recebiam a informação de que a campanha não obteve sucesso e não foram capazes de adquirir recursos.

No entanto, as apurações acerca da investigação demonstram que, em diversas ocasiões, as campanhas conseguiam arrecadar grandes valores que seriam suficientes para os tratamentos, mas a organização criminosa omitia essa informação às vítimas, e pagava apenas um valor mínimo pela gravação do vídeo apelativo.


Caso Khalil

Em um dos casos relatados, a equipe entrou em contato com a família do jovem Khalil, conseguiu aprovação para gravação do vídeo, e pouco depois já expuseram a criança na internet em um cenário falso, com cebolas picadas ao dele e mentol sob os olhos, para simular o choro, e sob a falsa informação de que seria aniversário do menino.

Todos os elementos faziam parte de um roteiro escrito pela própria rede criminosa, que solicitou que o garoto recitasse um texto para a câmera solicitando ajuda dos internautas. A equipe responsável pela captação do vídeo contou a Aljim, mãe do menino, que o vídeo ajudaria a levantar dinheiro para melhorar o tratamento da criança.

Ao todo, o vídeo foi responsável pela captação de US$ 27 mil (cerca de R$ 147,5 mil), segundo informações da campanha, mas segundo relatado à equipe para a mãe de Khalil, a campanha teria sido um fracasso e o montante não foi pago. A família apenas recebeu o cachê de US$ 700 (cerca de R$ 3,8 mil), pelo dia de filmagem. O menino morreu cerca de um ano depois.

Aljim contou que um homem que se apresentou como "Erez" havia pago o cachê de filmagem adiantado, e prometeu mais US$ 1,5 mil (cerca de R$ 8,2 mil) por mês, se o filme gerasse grandes valores em doações.

Erez dirigiu o filme de Khalil em um hospital local, pedindo tomadas e mais tomadas. A filmagem levou 12 horas, segundo Aljin.

Um empresário identificado como Rhoie Yncierto teria entrado em contato com a mãe de Khalil para solicitar um primeiro vídeo que seria utilizado como teste. Em entrevista a equipe da BBC, ele negou ter orientado as famílias a raspar a cabeça dos filhos para a filmagem e diz não ter recebido pagamento para recrutar famílias no caso.

O empresário ainda declarou "não ter controle" sobre o que acontecia com o dinheiro e que não manteve contato com as famílias depois da filmagem.

A investigação divulgada pela BBC indica que a rede criminosa opera da mesma maneira na maioria dos casos, ao contactar a família, oferecer apoio na gravação do vídeo, com promessas de grandes valores, e em seguida contactar a família novamente para informar que não obteve sucesso, embora tenha conseguido arrecadar grandes valores.

O órgão regulador britânico, a Comissão da Caridade, aconselha às pessoas que desejarem fazer doações para entidades beneficentes que verifiquem se as associações estão registradas e entrem em contato com o órgão regulador apropriado de campanhas de levantamento de fundos, em caso de dúvida.

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