Relatório da ONU e Cruz Vermelha aponta para ondas de calor mais frequentes e fatais
Entidades pedem que países ricos, maiores responsáveis pelo problema, doem recursos para soluciona-lo

Foto: Reprodução/OMM
Um relatório desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e da Cruz Vermelha, intitulado Calor Extremo: Preparando-se para as Ondas de Calor do Futuro, apontou para um cenário de ondas de calor mais frequentes e fatais em todo o mundo. Áreas como Sacramento e Califórnia, nos Estados Unidos, na Somália e em Sichuan, na China são citadas como exemplos recentes. Entre 2010 e 2019, o mundo teve 38 ondas de calor que levaram à morte de mais de 70 mil pessoas além de impactos sobre meios de subsistência.
Nos países em desenvolvimento, se destacam dados de Bangladesh, por exemplo, onde uma alta de 20% nas mortes em dias de ondas de calor em comparação com um normal. Essas ocorrências podem levar as pessoas a fugir de suas terras de origem aumentando a migração para países mais frios. A publicação narra episódios de devastação causada por queimadas e descreve como reparar e limitar os danos.
As entidades apelam aos governos que tomem medidas contra as ondas de calor, através do aumento dos sistemas de alerta precoce sobre ondas de calor, bem como o treinamento e o financiamento aos socorristas locais, que geralmente são os primeiros a chegar quando acontecem ondas de calor em diferentes locais. Outra recomendação é que melhore a coordenação entre agências humanitárias, organizações de desenvolvimento e especialistas em clima.
O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, ressaltou que “grosseiramente injusto” que as economias frágeis sofram perdas e danos fatais devido ao calor extremo quando são “inequívoca, clara e evidentemente os menos responsáveis pelas mudanças climáticas”. Aos países ricos, a sugestão é que doem recursos para ajudar a adaptação tal como as promessas anteriores.


