Relatório da PF sobre atos antidemocráticos é considerado inconclusivo
Apesar da inconclusão, PF sugeriu investigação do empresário Luis Felipe Belmonte por caixa 2

Foto: Divulgação
O relatório da Polícia Federal (PF) que investiga atos antidemocráticos, inclusive contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), foi considerado inconclusivo. O documento parcial obtido pela CNN Brasil cita "hipóteses criminais" e outros "eventos identificados" que podem virar desdobramentos da investigação em outros inquéritos.
Uma das "hipóteses criminais" se refere a eventual irregularidade na distribuição de recursos da Secretaria de Comunicação do Governo Federal para canais de aliados do governo Bolsonaro.
A PF diz que não foi possível obter identificar se a Secom adotou medidas para impedir a destinação dos recursos nem quem seriam os beneficiários dessa transferência. "Não houve aprofundamento no entendimento de quais seriam os mecanismos de filtragem eventualmente disponíveis e/ou empregados pela SECOM, bem como quem seriam os servidores do governo federal diretamente responsáveis pelas ações/omissões que de alguma forma beneficiariam os canais indicados", cita um trecho do documento.
Já um “evento identificado” pela PF se refere ao empresário Luis Felipe Belmonte, dirigente do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tentou criar. O relatório sugere que ele seja investigado por crime de caixa 2 e também sobre um suposto pedido de suborno a um prefeito do interior de São Paulo.
Sobre o destino do relatório, a Procuradoria-Geral da República (PGR) diz que o relator do caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, vai decidir se arquiva ou se determina novos inquéritos.
Sobre os contra o STF, a PF disse que não identificou uma possível liderança do movimento. “Observa-se que esse tipo de organização não assume necessariamente estrutura hierárquica piramidal e compartimentada, em que há um líder, gerentes, executores, apoiadores, etc., mas se caracteriza pela permeabilidade e adesão voluntária, com várias pessoas se identificando com o que é realizado e aquiescendo, livre e conscientemente, ao propósito maior: a promoção do discurso, o fortalecimento da ideologia, o “combate” aos que não comungam das mesmas ideias, aquisição de mais apoiadores, tudo com foco na obtenção de benefícios político-partidários”, diz a PF.