Relatório dos bombeiros apontam falta de sistema preventivo na subestação que pegou fogo no Amapá
Relatório afirma que apagão foi causado por 'contingências múltiplas'

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Segundo o relatório do corpo de bombeiros, a subestação de energia elétrica de Macapá que pegou fogo e levou a um apagão de mais de 20 dias no Amapá não tinha os sistemas preventivos contra incêndio. “Durante as conversações e coletas de dados para o preenchimento do relatório de ocorrência, questionamos sobre os sistemas preventivos daquela planta, bem como do plano de ação em caso de sinistro. Obtivemos a resposta que não possuíam".
O parecer dos bombeiros faz parte do relatório de análise de perturbação, documento produzido pelo Operador Nacional do Sistema, com uma análise detalhada do episódio.
Ainda de acordo com o relatório, as estruturas não eram suficientes e havia, no entorno do transformador que pegou fogo, outros equipamentos que poderiam ter se incendiado, como caminhões.
De acordo com os bombeiros, técnicos tentaram religar a energia ainda durante o incêndio, o que poderia colocar em risco os profissionais que agiam no local. "Durante o combate por vezes [os bombeiros] tiveram que repreender os técnicos que se encontravam na zona fria do local de sinistro, visto que insistiam em querer durante o combate às chamas religar o sistema que alimentava de energia os transformadores que ficavam no entorno, o que traria um risco em potencial à guarnição que estava em atuação".
Em nota a empresa Linhas Macapá, responsável pela subestação, informou que o local opera com todos os sistemas necessários de prevenção de incêndio. "A subestação de Macapá opera com todos os sistemas de combate a incêndio, tais como extintores e paredes corta-fogo, que funcionaram na noite do acidente. Prova disso é que somente o transformador TR01 sofreu o incêndio. Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, o equipamento já havia sido isolado eletricamente de forma preventiva pela equipe da LMTE".
O incêndio deixou quase 90% do estado do Amapá sem energia no dia 3 de novembro. Segundo o governo federal e a distribuidora de energia, o fornecimento foi normalizado no dia 24 de novembro.